O Estado Islâmico reivindicou a autoria dos atentados bombistas desta manhã, em Jakarta (Indonésia), que provocaram sete mortos e 17 feridos. O grupo terrorista afirma que os ataques foram levados a cabo por “soldados do Califado na Indonésia” e que tinham como alvo “estrangeiros e forças de segurança que tinham a responsabilidade de os proteger na capital da Indonésia”, segundo relata o jornal britânico The Guardian. Um porta-voz da polícia local, Gen Anton Charliyan, afirmou que os responsáveis pelos atentados “imitaram as ações terroristas de Paris”.
Segundo a polícia indonésia, citada pelo jornal britânico, entre as sete vítimas mortais estão cinco terroristas, a que se somam um indonésio e um cidadão canadiano. A contagem de vítimas mortais, contudo, ainda não está fechada. Isto porque há feridos em estado grave: as autoridades holandesas, por exemplo, afirmam que entre os 17 feridos encontra-se um cidadão holandês, que ficou “gravemente ferido”. Há ainda relatos de que cinco polícias indonésios terão sofrido ferimentos.
As explosões terão acontecido num raio de 50 metros. A Al Jazeera informa que um posto de trânsito da polícia foi destruído por uma granada. A polícia anunciou que assumiu o controlo da situação por volta das 8h30 (hora de Lisboa).
A primeira explosão ocorreu às 10h30 locais (3h30 em Lisboa), entre as ruas Thamrin Road e Wahid Haysim Street, na Baixa da capital indonésia, conta o Guardian. Testemunhas citadas nos meios de comunicação social locais referem-se a pelo menos sete explosões, próximo do centro comercial Sarinah e de um Starbucks, com relatos de tiroteio entre a polícia e um grupo de pessoas ainda não identificado e de número não conhecido. Outras fontes referem que o ataque poderá ter sido levado a cabo por 14 homens. No ataque junto à Starbucks local, um bombista suicida terá morrido e provocado ferimentos a um cliente, segundo informou a empresa, citada pelo The Guardian.
A Indonésia é o maior país muçulmano do mundo.
Jakarta blasts: timeline of Islamist attacks in Indonesia https://t.co/gDKb8ACb5v pic.twitter.com/2jdUNQ0NIU
— AFP news agency (@AFP) January 14, 2016
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“Este foi um ato de terrorismo”, disse o presidente indonésio, em Java Ocidental, em declarações aos jornalistas transmitidas pelas televisões indonésias. “Recebi já informações sobre as explosões na rua Thamrin, em Jacarta. Expresso as minhas condolências às vítimas e condenamos o ataque que causou receios na sociedade”, disse Joko “Jokowi” Widodo aos jornalistas indonésios.
O Guardian informa ainda que foram mobilizados tanques para as ruas de Jakarta, para responder a um ataque levado por homens munidos de armas de fogo e granadas, que se faziam transportar, alguns deles, de mota. Há também relatos de que seis homens se terão barricado no edifício Skyline, na rua Thamrin. Os media locais dão conta de explosões perto das embaixadas da Turquia e Paquistão e do edifício das Nações Unidas: este último edifício fica junto à rua Thamrin e esteve temporariamente bloqueada.
O embaixador português na Indonésia, Joaquim Moreira de Lemos, disse já esta manhã à TSF que não há portugueses afetados. “Pedimos que tentassem manter-se em casa e não frequentar zonas de centros comerciais, que inclusivamente, alguns deles, até foram fechados; evitar zonas de risco, aquelas mais frequentadas. A nossa comunidade não é muito grande, estamos em contacto permanente com eles. Não há, para já, nada a relacionar com a comunidade portuguesa. Não recebi nenhum pedido de ajuda”, esclareceu.
Moreira de Lemos admitiu ainda que foi pedido um reforço de segurança na embaixada portuguesa, no entanto não sabe se por lá permanecerá ou se encerrarão o serviço mais cedo. “Os jornais diziam que houve um reforço nas ruas, mas não se nota a presença policial nas ruas, como na Europa. Não havia nenhuma ameaça iminente. O risco era um risco global, a que estão sujeitos os outros países do mundo.”
Em dezembro, lembra o diário inglês, a Indonésia esteve em alerta máximo para um ataque terrorista, algo que resultou na detenção de nove suspeitos por alegadas ligações ao Estado Islâmico. Os serviços secretos dizem ainda não ser possível ligar os ataques desta quinta-feira ao grupo radical.
Counter terrorism personnel have been deployed to the incident area pic.twitter.com/MP5gOIQENO
— Saifulbahri Ismail (@saifulCNA) January 14, 2016
Scene just now in Jakarta. Police say still dangerous. pic.twitter.com/5apU9AfqyJ
— Samantha Hawley (@samanthahawley) January 14, 2016
More armed security forces arrive on the scene pic.twitter.com/ol7PJa87G7
— Saifulbahri Ismail (@saifulCNA) January 14, 2016
“Acreditamos que já não há terroristas perto de Sarinah. Já tomámos controlo [da área]”, disse Muhammad Iqbal, o porta-voz da polícia de Jakarta. Falta saber se ainda existe uma caça ao homem e a confirmação de quem está por trás deste ataque.
O episódio desta quinta-feira é o mais grave desde o atentado de 2009, quando dois hotéis da Indonésia foram bombardeados, matando sete pessoas e ferindo mais de 50, informa a Associated Press. Em 2002, um ataque bombista numa discoteca num resort de Bali matou 202 pessoas, a maioria de nacionalidade estrangeira.
Nota de correção: O Observador tem citado alguns jornais internacionais, nomeadamente a Al Jazeera, que tem obtido informações junto da polícia. Numa certa altura, a Al Jazeera referiu 17 mortos, mas alteraria depois para sete. O Observador citou e errou.
Última atualização às 14h32