O primeiro-ministro considerou hoje “péssima” para a confiança no sistema financeiro a solução de transferir para o Banco Espírito Santo (BES) obrigações seniores, após o presidente social-democrata ter atacado o Governo por criticar o Banco de Portugal.

Este foi um dos pontos que esteve em discussão entre Pedro Passos Coelho e António Costa no debate quinzenal no parlamento, com o presidente do PSD a lamentar que vários membros do executivo “estejam a criticar externamente a atuação do Banco de Portugal” pela solução adotada para a recapitalização do Novo Banco.

“Criticaram a posição do Banco de Portugal, mas qual era a solução alternativa que tinha para a capitalização do Novo Banco? É arriscado não dar a opção de converter dívida em capital no caso dos investidores, mas parece-me muito melhor essa solução adotada do que aquela que teve de vigorar para o Banif”, observou o líder social-democrata.

Na resposta, o primeiro-ministro frisou que o seu executivo disse ao Banco de Portugal, “assim como disse em público, que havia apreensão sobre os efeitos sistémicos na sequência da redefinição do perímetro de um banco [o BES] que já tinha sido objeto de resolução”.

“Qualquer credor ou investidor que ouviu em agosto de 2014 o Banco e Portugal e o Governo definirem um perímetro de confiança e de sacrifício ficou então a confiar que estaria a salvo. Esse credor ou investidor nunca pensaria que dois anos depois as contas estariam em revisão e que aquilo que julgava estar protegido afinal não estava e que era de novo chamado ao sacrifício. Se acha que isso foi um bom contributo para a confiança, pois está enganado, porque foi um péssimo contributo”, declarou António Costa.

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