O referendo sobre a manutenção do Reino Unido na União Europeia (UE) poderá ser realizado antes do verão, afirmou um governante britânico, destacando a influência que a atual crise migratória na Europa poderá ter na consulta pública.

O secretário de Estado britânico para os Assuntos Europeus, David Lidington, disse que o referendo poderá ocorrer em junho ou julho deste ano, caso seja alcançado um acordo sobre as reformas exigidas por Londres na cimeira europeia do próximo mês de fevereiro.

“Será preciso um mínimo de quatro meses entre o fim das negociações e o anúncio da data para a realização do referendo”, afirmou David Lidington, em declarações à agência francesa AFP, à margem de uma conferência sobre segurança em Paunguriai, na Lituânia.

“Não tomámos qualquer decisão sobre o calendário, mas um acordo em fevereiro significaria que um referendo antes das férias de verão é possível”, acrescentou.

As declarações de David Lidington coincidem com a afirmação hoje proferida pelo presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, que disse ter “quase a certeza” de que um acordo com Londres será alcançado na reunião de líderes europeus agendada para 18 e 19 de fevereiro.

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David Lidington vê “uma grande energia política” na procura de um acordo, mas advertiu que ainda subsistem pontos de divergência.

O secretário de Estado britânico referiu ainda que a crise migratória sem precedentes que atinge atualmente a Europa joga a favor do ‘Brexit’ (termo usado em Inglaterra para designar a saída da União Europeia).

“Acho que existe uma ligação clara entre os resultados das sondagens sobre o vínculo à UE e o que acontece com a imigração”, afirmou Lidington.

Segundo uma sondagem realizada em novembro último, 52% dos inquiridos britânicos desejavam a saída do país do bloco comunitário.