O ministro da Cultura considerou este domingo “notável” e “admirável” o trabalho que o produtor Paulo Branco tem desenvolvido na divulgação de Portugal como cenário para a gravação de películas de cinema com elencos internacionais.

“Quero expressar a satisfação com que vemos a realização de filmes de grandes realizadores internacionais no nosso país”, disse João Soares, no Bussaco, à margem de uma visita às filmagens as filmagens de “Et derrière moi une cage vide”, o novo filme da atriz e realizadora Fanny Ardant, protagonizado por Gerard Dépardieu, e produzido por Paulo Branco.

O ministro disse que Paulo Branco “tem sido um dos principais impulsionadores desse trabalho notável” que passa pela escolha de Portugal como cenário de filmes de grandes realizadores”, louvando ainda o seu papel como “divulgador de cinema independente”.

O filme “Et derrière moi une cage vide” está em gravação desde 5 de janeiro nas matas do Bussaco e no Palace Hotel e resulta da adaptação para o cinema do romance escrito em 2013 pelo francês Daniel Baltassat: “O divã de Estaline”.

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Com um orçamento de um milhão de euros e apoios de institutos franceses e da RTP, o filme será ainda candidatado a financiamento nacional, devendo ser apresentado no Festival de Cannes.

Paulo Branco destaca a realização de Fanny Ardant, “uma das maiores figuras do cinema francês”, e o trabalho de Gerard Depardieu, que aceitou trabalhar graciosamente, baixando assim os custos de produção.

Em curta conversa com o ministro João Soares no átrio do histórico Palace do Bussaco, por onde horas antes tinha passeado descalço e despenteado, Depardieu explicou o seu fascínio pela figura de Estaline e, sem ter sido questionado sobre essa matéria, elogiou largamente o presidente russo Vladimir Putin, que em 2013 lhe concedeu a nacionalidade russa.

“Algumas pessoas erradamente julgam que ele é um ditador, mas deviam saber que tem o apoio de mais de 80 por cento dos jovens na Rússia”, disse o ator.

O ministro João Soares visitou o local das filmagens acompanhado pelo presidente da Câmara da Mealhada, Rui Marqueiro, de Paulo Branco e da realizadora Fanny Ardant, que descreveu como sendo “uma das figuras mais marcantes do cinema europeu”.

Antes de abandonar a Mealhada, João Soares tinha prevista uma visita à casa onde o líder histórico do PCP, Álvaro Cunhal, foi preso pela PIDE.