O destino da coleção Berardo é um assunto na agenda do Ministério da Cultura, mas não encabeça a lista de prioridades a curto prazo, deixou hoje claro o titular da pasta, João Soares. “Cada coisa a seu tempo”, disse o ministro, no Bussaco, à margem de uma visita às filmagens as filmagens de “Et derrière moi une cage vide”, o novo filme da actriz e realizadora Fanny Ardant, protagonizado por Gerard Dépardieu, e produzido por Paulo Branco.

João Soares afirmou que, “em cima da [sua] mesa” de trabalho, estão neste momento outros assuntos que têm prioridade em relação à coleção Berardo. “Estamos a tratar das obras de Vieira da Silva, que ainda felizmente estão em depósito na Fundação Árpád Szenes-Vieira da Silva, e estamos também a trabalhar no acervo de Miró, que resultou da nacionalização do BPN”, enumerou João Soares, acrescentando: “Lá chegaremos à coleção Berardo”.

O ministro ironizou sobre o desfecho de eventuais negociações entre o Ministério da Cultura e o empresário Joe Berardo, dizendo que “antes disso este filme [“Et derrière moi une cage vide”] estará terminado e estará seguramente nos cinemas, graças ao talento do produtor Paulo Branco”. As declarações de João Soares foram feitas poucas horas depois de o semanário Expresso, citando “fonte oficial”, ter escrito que o Ministério da Cultura começou a “apalpar terreno” no sentido abrir negociações com o empresário Joe Berardo para manter a coleção em Portugal, dando assim cumprimento a uma disposição inscrita no programa de Governo.

No âmbito de um acordo celebrado com o Estado em 2006, que terá de ser revisto este ano, o Museu Berardo está instalado no espaço de exposições do Centro Cultural de Belém, exibindo uma coleção estimada em 316 milhões de euros. O Museu Berardo de Arte Moderna e Contemporânea abriu a 25 de junho de 2007 com uma exposição permanente de 450 obras organizadas em núcleos, sendo um dos museus mais visitados do país.

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