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7 coisas que talvez não saiba sobre os candidatos presidenciais

Este artigo tem mais de 5 anos

Em plena campanha, reunimos algumas curiosidades que talvez ainda não saiba sobre os candidatos: 10 candidatos têm 8 doutoramentos, 2 candidatos têm aplicações gratuitas e 5 têm ligações ao PS.

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Andreia Reisinho Costa

Andreia Reisinho Costa

É a primeira vez que na história da democracia portuguesa existem tantos candidatos a Belém. Marques Mendes não vê com bons olhos a existência de tantos candidatos, e considera que há uma “desvalorização do cargo presidencial” porque “qualquer um acha que pode lá chegar”. Considerações de mérito à parte, num grupo de tantos candidatos como nunca antes se viu, também há coisas que nunca antes se viram no mesmo lote de concorrentes ao lugar de Presidente da República. Sabia que 8 dos 10 candidatos já escreveram livros? Sabia que todos juntos, têm 8 douramentos? (E não, não são os mesmos.) Sabe quem tem mais seguidores no Twitter? E likes no Facebook? Que candidato recolheu mais assinaturas? E quem recolheu menos? Continue a ler e descubra.

10 candidatos, 8 doutoramentos

Entre os dez candidatos existem quase tantas profissões: Maria de Belém é ex-ministra da Saúde, Vitorino Silva (mais conhecido como Tino de Rans) é calceteiro, Cândido Ferreira é médico, empresário e produtor de vinhos, Marisa Matias é eurodeputada, Jorge Sequeira é orador motivacional, e Henrique Neto empresário industrial. Marcelo Rebelo de Sousa, António Sampaio da Nóvoa, Paulo de Morais são os três docentes universitários, carreira que tem como um dos requisitos o grau de doutor. Mesmo na hipótese — altamente improvável, segundo as sondagens — de nenhum destes três candidatos ser eleito, a probabilidade de voltarmos a ter em Belém um doutorado (Cavaco Silva é doutorado em Economia) é alta.

Os 10 candidatos somam 8 doutoramentos. Mas apenas 5 candidatos são doutorados, seja o título académico ou honorífico.

António Sampaio da Nóvoa tem três doutoramentos, um deles a título honorífico. Em 1986, concluiu em Genebra um doutoramento sobre a história dos professores em Portugal. Vinte anos depois, em 2006, doutorou-se pela segunda vez em História Moderna e Contemporânea, na Universidade de Paris IV–Sorbonne. No caso de Sampaio da Nóvoa, não há duas sem três e a estes graus académicos soma ainda o grau honorífico de Doutor Honoris Causa, que lhe foi conferido pela Universidade do Algarve em 2015.

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Marcelo Rebelo de Sousa tem dois doutoramentos, um deles a título honorífico. Em 1984 doutorou-se em Ciências Jurídico-Política pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. E em 2005, a Universidade do Porto agraciou-o com o título Doutor Honoris Causa.

Empatados em número de doutoramentos, com um cada um, estão outros três candidatos. Paulo Morais é doutorado em Engenharia e Gestão Industrial pela Universidade do Porto. Marisa Matias é doutorada em Sociologia pela Universidade de Coimbra e Jorge Sequeira é doutorado em Psicologia do Desporto pela Universidade do Minho.

Só um candidato tem 50 livros publicados

No que aos livros diz respeito, os números repetem-se. Dos 10 candidatos, 8 têm livros publicados. Henrique Neto repetiu em vários debates “eu já escrevi isso num livro”. O industrial referia-se à obra “Uma estratégia para Portugal: a visão de um empresário para o futuro do país” (2011), da editora Lua de Papel.

O candidato pode ser recordista em referências à própria publicação mas quem detém o recorde de livros publicados, é Marcelo Rebelo de Sousa. Nas pesquisas que o Observador realizou encontramos 50 livros publicados com o seu nome na capa, seja como autor principal ou coautor (a coautoria e uma prática comum em publicações académicas).

António Sampaio da Nóvoa, que também tem uma longa carreira académica, já publicou cerca de 20 livros. A sua última publicação “Política de Vida” (2015), o seu programa político, seguido de uma autobiografia, foi editada em dezembro passado.

Tino de Rans também já publicou a sua autobiografia, “De Palanque em Palanque”, uma edição de autor. “Consegui escrever mais livros sobre temas importantes portugueses do que os outros candidatos,” diz Cândido Ferreira no seu tempo de antena. O médico e produtor de vinhos já escreveu cinco livros. Maria de Belém, Paulo Morais e Edgar Silva também têm livros publicados. Apenas Marisa Matias e Jorge Sequeira ainda não publicaram livros (excluindo as suas teses de doutoramento).

Morais é o que tem mais likes

O candidato mais popular é sem dúvida, Marcelo Rebelo de Sousa. A sondagem mais recente realizada pela SIC e Expresso reflete a popularidade do candidato. O inquérito aponta para uma vitória do candidato que todos os domingos entrava na casa dos portugueses em horário nobre, no seu espaço de comentário na TVI, logo na primeira volta, com 54,8%. Sampaio da Nóvoa, no primeiro dia de campanha em Viseu, disse que “as presidenciais não são um concurso de popularidade”. Nesta sondagem o ex-reitor da Universidade de Lisboa é o segundo classificado, com 16,8% das intenções de voto. “Daqui a semanas sou Presidente da República,” afirmou Marcelo em entrevista ao Expresso, confiante que a sua popularidade se refletirá nas urnas.

Mas no Facebook o candidato mais popular não é o preferido, pelo menos a avaliar pelo número de pessoas que clicaram “gosto”. O campeão dos likes é Paulo Morais: a página oficial da campanha conta já com mais de 51.700. A foto da capa acompanhada do NIB e do apelo ao donativo não demoveu mais de 50 mil a clicar “gosto”. Na mesma rede social, Sampaio da Nóvoa também ocupa o segundo lugar em número de likes com mais de 30.400.

Marcelo é o terceiro em número de likes com mais de 29.300. Marisa Matias tem mais de 20.700 e Maria de Belém mais de 18.400. A página oficial da candidatura de Henrique Neto não passa dos dois dígitos, com pouco mais de 8 mil “gostos”. Vitorino Silva, mais conhecido por Tino de Rans tem pouco mais de 5.800, Egdar Silva pouco mais de 4 mil. O último candidato com menos likes é o médico Cândido Ferreira com mil.

Se Paulo Morais ganha no Facebook, Marisa Matias vence no Twitter, muito à frente dos restantes candidatos. A conta oficial da corrida da candidata bloquista tem quase três vezes mais seguidores (6.700) do que a conta de Sampaio da Nóvoa, a segunda com mais seguidores (um pouco mais de 2.400).

Tino de Rans conta com mais de 350 seguidores. Maria de Belém e Henrique Neto estão praticamente empatados em número de seguidores: as duas contas têm pouco mais de 240 seguidores. Jorge Sequeira, orador motivacional está habituado a falar às multidões, mas no Twitter pouco mais de 140 o seguem. Edgar Silva e Paulo Morais têm cerca de três dezenas e a conta oficial da candidatura de Cândido Ferreira menos de uma dezena (à data em que escrevemos).

A candidatura Juntos por Portugal, de Marcelo Rebelo de Sousa, não tem conta oficial no Twitter. Os dois candidatos que mais recolheram intenções de voto na sondagem mais recente, Marcelo e Sampaio da Nóvoa também têm aplicações gratuitas para smartphones.

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Captura de ecrã de um dispositivo Android com as duas aplicações , ambas gratuitas (também disponíveis para iOS)

Metade foi dirigente partidário

Embora muitos candidatos se afastem de apoios partidários, como Marcelo — que embora tenha sido apoiado publicamente por Pedro Passos Coelho e Paulo Portas — fez questão de dizer logo no primeiro dia de campanha que “não vale a pena intervir na campanha”, porque “não é bom para ninguém, nem para o partido nem para o candidato”.

Nesta corrida a Belém, o ex-comentador da TVI é o único candidato apoiado oficialmente pelos partidos da direita. Em termos de proximidade ao PSD, pelo menos no passado, o segundo candidato mais próximo desta força partidária é Paulo Morais. O independente foi vice-presidente da Câmara do Porto entre 2002 e 2005, durante o mandato de Rui Rio que chegou a ser apontado como o candidato preferido pelo PSD a Belém. Marisa Matias é a candidata oficial do Bloco de Esquerda e Edgar Silva a escolha oficial do PCP.

Dos restantes, cinco, ou seja, metade dos candidatos, estão ou já estiveram no passado recente, ligados ao PS. Maria de Belém foi presidente do partido entre 2011 e 2014 com António José Seguro como secretário-geral. A sua candidatura não foi oficialmente apoiada pelo partido, mas entre os seus apoiantes contam-se vários históricos socialistas como Jorge Coelho. António Sampaio da Nóvoa tem uma candidatura independente, mas vários socialistas já vieram a público apoiar a sua corrida à presidência, como Carlos César, atual líder do grupo parlamentar socialista.

Henrique Neto, um dos primeiros críticos de José Sócrates é militante socialista, assim como foi Tino de Rans, que antes de se desvincular do PS foi eleito presidente da junta pelos socialistas. E Cândido Ferreira é ex-presidente da federação de Leiria do PS. Jorge Sequeira, tanto quanto de sabe não tem (nem teve) filiação partidária e afirma que a sua candidatura é “independente e apartidária, totalmente sustentada no mérito”.

Apoios comoventes

Embora todos os candidatos afirmem a sua independência na corrida a Belém isso não signifiquem que dispensem manifestações de apoio, em especial de outras personalidades, se possível, mediáticas. Tino de Rans recebeu o apoio do ator José Fidalgo em direto durante um fórum da rádio TSF.

Um dos apoios mais sentidos e mediáticos a Marisa Matias veio de João Semedo, na noite de quinta-feira passada, em Coimbra. “Só mesmo a Marisa é que punha a falar aqui um tipo sem cordas vocais”, disse o ex-dirigente do BE afastado da vida política ativa e que luta contra um cancro nas cordas vocais.

"A voz de João Semedo está bem viva, chega muito longe e o que disse em Coimbra, na noite desta quinta-feira, ecoará por muito tempo"#presidenciais2016 #oteupaísnastuasmãos #votomarisa

Posted by Marisa Matias on Friday, January 15, 2016

Para o candidato Marcelo, apoio mediático nunca é demais. O ex-comentador agradeceu o apoio do PDS e CDS e apesar de dispensar a máquina partidária, fez questão de partilhar o vídeo em que a “máquina” do Real Madrid, Cristiano Ronaldo, lhe manda “um grande abraço”.

Marcelo Rebelo de Sousa é ele próprio uma personalidade mediática, com quem e de que todos querem tirar uma fotografia. Foi o que aconteceu com a Casa da Urra, a marca de vinhos do adversário na corrida a Belém, Cândido Ferreira, que há 11 meses publicou na sua página do Facebook uma fotografia com o professor.

Marcelo e Edgar empatados nas assinaturas

Um dos requisitos para a candidatura à Presidência da República é a entrega de um número mínimo de 7.500 e um número máximo de 15 mil. No campeonato das assinaturas, quem Marcelo Rebelo de Sousa e Edgar Silva ocupam o primeiro lugar ex aequo. As duas candidaturas entregaram o máximo de assinaturas, 15 mil.

No segundo lugar, em termos de recolha de assinaturas, está António Sampaio da Nóvoa. O ex-magnífico reitor conseguiu que 13 mil pessoas apoiassem a sua corrida a Belém. O pódio dos três primeiros fecha com Marisa Matias. A candidata apoiada pelo Bloco de Esquerda conseguiu recolher 12 mil assinaturas.

O candidato a Belém que recolheu menos assinaturas foi Henrique Neto, que conseguiu 7.950, seguido por Paulo Morais que entregou 8.000 assinaturas. O terceiro que entregou menos assinaturas no Tribunal Constitucional foi o ex-presidente da junta de Rans, Vitorino Silva que recolheu 8.118.

Maria de Belém Roseira entregou 9.200 assinaturas, Jorge Sequeira 9.100 e Cândido Ferreira 8.300 assinaturas.

10 candidatos, 6 condecorações

Todos somados, os candidatos têm 6 condecorações. O recordista é Henrique Neto, que foi agraciado por três vezes. O fundador da Ibermoldes tem duas condecorações honoríficas nacionais e uma estrangeira. A 9 de junho de 2000 foi agraciado com a Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique de Portugal e a 17 de janeiro de 2006 com a Grande-Oficial da Ordem Civil do Mérito Agrícola, Industrial e Comercial Classe Industrial. O empresário foi também agraciado com a 4.ª Classe da Ordem da Estrela Branca da Estónia, a 20 de fevereiro de 2006.

Marcelo Rebelo de Sousa ocupa o segundo lugar, com duas condecorações. A 9 de junho de 1994 foi agraciado com a comenda da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada e a 9 de junho de 2005 recebeu a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.

Maria de Belém ocupa o último lugar do pódio das condecorações. A 23 de fevereiro de 2005, foi agraciada com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo.

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