O risco da dívida pública nacional, medido pela diferença entre os juros de Portugal e os da Alemanha, está em máximos de seis meses. Esta é, segundo os especialistas, uma reação às necessidades maiores de financiamento do Estado previstas para os próximos anos e um reflexo da incerteza que se instalou em relação a Portugal após os casos envolvendo os bancos nacionais.

Em entrevista à televisão da Bloomberg, um dos canais mais vistos pelos investidores internacionais, um diretor da gigante gestora de ativos BlackRock diz que a incerteza política e os casos recentes na banca – nomeadamente a forma como foi gerida a recapitalização do Novo Banco – estão a deixar os investidores “apreensivos” em relação a Portugal.

Scott Thiel diz que “tendo em conta o que se passou nos bancos por lá, os investidores estão apreensivos”. O diretor adjunto do investimento em obrigações da BlackRock diz que vê com bons olhos o investimento em Portugal, de um ponto de vista “fundamental” (olhando para os fundamentos económicos) mas assinala que os mercados estão a reagir à situação política de forma “relativamente negativa”.

Esta “apreensão” de que fala Scott Thiel ajudará a compreender porque é que os juros de Portugal estão a subir, alargando o spread de risco em relação à Alemanha. Este indicador de risco crucial está acima dos 220 pontos base, que compara com os 120 pontos de Espanha e os 102 de Itália. E os 57 pontos da Irlanda.

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