O presidente do Conselho Europeu afirmou que março “será o último momento” para se verificar se funcionam as soluções europeias para a crise migratória e caso a avaliação seja negativa haverá o “colapso de Schengen”.

“A reunião do Conselho Europeu de março será o último momento para verificar se está a funcionar a estratégia europeia, se assim não for, teremos o colapso de Schengen [o acordo de livre circulação de pessoas]. Apelo a todos para que apliquem esta estratégia na sua totalidade”, declarou Donald Tusk, num debate no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, França.

Perante os eurodeputados, Tusk notou haver “algumas falhas em algumas frentes” dessa estratégia como no mecanismo de recolocação, nos registos de refugiados.

“Os planos de ação são promissores, mas ainda têm de dar resultados”, indicou o responsável, recordando entrarem diariamente na União Europeia (UE) cerca de duas mil pessoas.

No debate sobre as conclusões da última cimeira de chefes de Estado e de Governo de 2015, que decorreu em dezembro, em Bruxelas, Donald Tusk mencionou ainda a questão do referendo do Reino Unido sobre a permanência, ou não, na UE.

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O responsável recordou que até à cimeira de fevereiro irá apresentar uma “proposta concreta” e garantiu que irá trabalhar numa “solução satisfatória também para a Grã-Bretanha”.

“Ainda é uma possibilidade conseguir um acordo em fevereiro”, admitiu o líder europeu, que sobre o terrorismo, referiu que a Europol “constatou o aumento de troca de informação quanto a combatentes estrangeiros”.

Por seu lado, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker sublinhou a “conjunção de várias crises complexas, do exterior da Europa, e do interior da Europa, que acontecem ao mesmo tempo e faz recordar egoísmos nacionais, mas também remete para o espírito solidário”.

“Podemos e devemos dar uma resposta solidária”, defendeu o chefe do executivo comunitário, que voltou a lembrar que, na crise dos migrantes, a “resposta só será efetiva quando os Estados-Membros passarem das palavras aos atos”.