Uma em cada quatro empresas norte-americanas com negócios na China encerrou parte das suas operações no país, ou irá fazê-lo, num período em que a segunda maior economia mundial cresce ao ritmo mais baixo dos últimos 25 anos.

O investimento estrangeiro foi um elemento chave do trepidante crescimento da China nas últimas três décadas, transformando um país pobre e isolado na “fábrica do mundo” e maior potência comercial do planeta.

Nos últimos anos, a acentuada contração da população em idade ativa no país e rápido aumento dos salários têm conduzido à deslocação de várias indústrias de mão-de-obra intensiva.

Segundo a Câmara do Comércio dos EUA na China, 77% dos inqueridos no levantamento anual sobre o clima de negócios no país dizem ter-se sentido “menos bem-vindos” no ano passado.

É um acréscimo significativo, face aos 47% registados em 2014, e ocorre num período em que uma ampla campanha antimonopólio atingiu várias empresas estrangeiras, com algumas a pagar avultadas multas às autoridades chinesas.

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Entre as empresas que já deslocaram algumas das suas operações ou estão a planear fazê-lo, a maioria apontam o aumento dos custos laborais como principal motivo.

A restrição imposta a vários ?sites’ estrangeiros teve também um impacto negativo para 80% das empresas inquiridas, que assumem dificuldades em aceder a portais e informações cruciais para os seus negócios.

Redes sociais e ferramentas ?online’, como o Facebook, Twitter, Google, Youtube ou Dropbox, estão banidas na China.

Entre as empresas que deslocaram as suas operações, quase metade optou por outros países asiáticos, enquanto 38% escolheu a América do Norte.

A economia chinesa, a segunda maior do mundo, cresceu 6,9 % em 2015, o ritmo mais lento dos últimos 25 anos, mas dentro da meta fixada pelo Governo – “cerca de 7%”.

A volatilidade no mercado de capitais, o excesso de capacidade industrial e um mercado imobiliário em fraco crescimento são outros dos desafios que o “gigante” asiático enfrenta.

Já o setor dos serviços representou em 2015 pela primeira vez mais de metade do Produto Interno Bruto chinês, à frente da indústria e agricultura, ilustrando a transição económica preconizada pela liderança do país.

O 18.º levantamento anual da Câmara do Comércio dos EUA inclui as respostas de 496 dos seus 961 membros.