Um dos grupos organizados de apoiantes da saída do Reino Unido da União Europeia – a possibilidade chamada Brexit – não está satisfeito com a forma como este processo está a ser gerido e defende que, para haver um tratamento igual a ambos os lados, é necessário haver dois referendos, e não apenas um.

O lado dos defensores do Brexit está em desvantagem, garante Dominic Cummings, líder do movimento Vote Leave, citado pela Bloomberg. O primeiro problema na forma como o processo está a ser gerido é, desde logo, que quem vai votar não tem uma noção concreta acerca daquilo que significará a saída da União Europeia. Apenas será feita a pergunta “Deve o Reino Unido continuar a ser um membro da União Europeia ou sair da União Europeia?“, uma pergunta cuja base não será mais do que a descrição do resultado das negociações (que já decorrem) entre David Cameron e os líderes dos outros países europeus.

Mais justo seria, diz Dominic Cummings, que houvesse uma primeira votação para autorizar (ou não) o governo britânico a iniciar as negociações. Depois, haveria um segundo referendo para os cidadãos poderem pronunciar-se sobre um pacote concreto de medidas que seriam, portanto, o resultado das negociações autorizadas pelo segundo referendo.

O que precisamos de ter é uma negociação séria com a União Europeia onde possamos acabar com a supremacia da lei europeia, celebrar um acordo de comércio, adotar regras sensatas sobre a livre circulação e, depois, dar ao povo britânico uma nova oportunidade para se pronunciarem.

Vote Leave acrescenta que o facto de ainda não haver uma ainda data definida para o referendo também prejudica os defensores da saída. A data indicativa é 2017, mas há hipóteses de que seja ainda em 2016.

O primeiro-ministro, David Cameron, já veio rejeitar esta possibilidade de um referendo duplo. E, legalmente, também poderá ser difícil a Vote Leave levar a sua avante – porque a pergunta a fazer já foi decidida pela lei. Mas se houver dissidências no Partido Conservador de David Cameron o cenário pode mudar, escreve a Bloomberg.

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