O Banco Central Europeu (BCE) reúne-se hoje na sua sede, em Frankfurt, não sendo esperadas quaisquer alterações à política monetária da instituição, depois das medidas introduzidas em dezembro, segundo os analistas ouvidos pela agência Lusa.

Na reunião de 03 de dezembro, o BCE aprovou um conjunto de medidas para promover o regresso da inflação a níveis consistentes com a estabilidade de preços a médio prazo.

De acordo com a economista do Banco BPI Paula Carvalho, nesta primeira reunião de 2016, “o balanço dos riscos tornou-se mais negativo”, com o abrandamento da economia na China e o arrefecimento do comércio internacional.

Na mesma linha, o economista do Montepio Geral Rui Bernardes Serra não espera que o BCE altere a sua política monetária na reunião de hoje, mantendo as taxas de juro e o essencial do seu programa de compra de dívida.

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O gestor da XTB Eduardo Silva considera também que a inflação será o foco da narrativa desta reunião da autoridade monetária e “as perspetivas de curto prazo deverão ser revistas em baixa”, depois da reunião de dezembro ter dececionado quem esperava medidas ambiciosas de expansionismo.

Para março, a expectativa é de que a taxa de depósitos seja revista para -0,2%, estimou.

O economista do Banco Carregosa Rui Bárbara, por sua vez, afirmou que não são esperadas novidades quanto a novas medidas, “especialmente porque há pressão por parte dos alemães e dos nórdicos para não aumentar os estímulos à economia”.

A 03 de dezembro, o BCE decidiu passar a taxa de juro aplicável aos depósitos de -0,20% para -0,30%, com efeitos a partir de 09 de dezembro e decidiu ainda manter a taxa de juro diretora, aplicável às principais operações de refinanciamento, em 0,05%, um mínimo histórico que tem permanecido desde setembro de 2014, enquanto a taxa de juro aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez também permanece inalterada em 0,30%.