O mercado está a agir de forma “irracional” ao levar os preços do petróleo para menos de 30 dólares por barril – a quebra dos preços é “exagerada e é inevitável que os preços comecem a subir”. Esta análise é do presidente da gigante saudita do petróleo, a Saudi Aramco, que garante que o maior produtor da OPEP não tenciona cortar as quotas de produção.

Citado pelo Financial TimesKhalid al-Falih falou no Fórum Económico de Davos, na Suíça. Reconhecendo as dificuldades orçamentais que a queda do petróleo está a colocar à Arábia Saudita e a todos os países exportadores, o responsável da Aramco acredita os preços irão subir até ao final do ano. Fora de questão, diz o responsável, é um corte da produção que favoreça os produtores rivais.

“Mesmo que os preços continuem baixos, nós somos capazes de aguentar por muito tempo”, afirmou al Falih. Reconheceu, contudo, que espera que “isso não aconteça“.

Sauditas voltam a indicar que é necessário que outros também precisam de produzir menos

Al-Falih acrescentou que a Arábia Saudita “não é um grande produtor”. Daí, para haver cortes na produção, só se houver “uma maior coordenação entre os membro da OPEP e os grandes produtores não-membros da OPEP, no que diz respeito a um corte da produção – talvez aí tenhamos alguns resultados”. Esta será uma referência à Rússia, que não pertence à OPEP e sem a qual a Arábia Saudita tem recusado cortar a produção porque isso poderia ser aproveitado por Vladimir Putin (para conquistar mercados e vender mais caro).

O responsável saudita acrescentou que os 30 dólares por barril são um preço demasiado baixo. Mas, explicou al-Falih, quando o petróleo negociava a mais de 100 dólares por barril, isso também não era bom para a Organização dos Países Produtores de Petróleo (OPEP), já que poderia reduzir a procura e incentivar a pesquisa e os investimentos em fontes de energia alternativas.

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