A probabilidade de se realizarem novas eleições em Portugal, em 2016, é alta. A conclusão faz parte de um novo relatório de risco político da autoria da Marsh, líder mundial em corretagem de seguros e consultoria de riscos. O regresso às urnas poderá ser potenciado pelas fortes divergências entre os diferentes partidos que suportam o governo.

O relatório pretende destacar as principais ameaças geopolíticas que as empresas enfrentam atualmente, pelo que se faz acompanhar de um mapa mundial interativo que espelha o risco político em mais de 200 países e territórios na forma de uma pontuação — abaixo dos 49 pontos, o risco é muito elevado.

Portugal surge na lista com uma pontuação de risco global de 69,40 pontos – um nível de risco político relativamente baixo quando comparado com o resto do mundo mas que é um dos mais elevados da Europa Ocidental –, que é tido como o reflexo da elevada taxa de desemprego e do clima de instabilidade do novo governo minoritário, liderado pelo Partido Socialista, que conta com o apoio do Bloco de Esquerda, Partido Comunista Português e Os Verdes.

A nossa pontuação para o Risco Político de Curto Prazo para Portugal é relativamente baixo, num reflexo da taxa de desemprego elevada e perspetivas de instabilidade em torno do novo governo minoritário, liderado pelo partido de centro-esquerda Partido Socialista e suportado por dois [três, na realidade] partidos de esquerda mais radical. Iremos cortar a nossa pontuação de risco político de curto prazo se se tornar evidente que aumenta a discordância entre os três [quatro] partidos.

Na desagregação da pontuação global de risco país (69,40), a Marsh vê um risco político maior no curto prazo (66,90 pontos) do que no longo prazo, que inspira bastante mais confiança (83,80 pontos). A perceção de risco económico é, também, mais preocupante para o curto prazo (61,30) do que no longo prazo (64,70 pontos).

country risk

A vizinha Espanha (68,30), por sua vez, apresenta uma pontuação inferior, o que sugere maior instabilidade política, com o relatório a dar conta de que o ambiente político espanhol poderá facilmente deteriorar-se ainda no início do ano. Já em França (74,80) o risco político é mais baixo, apesar dos protestos frequentes.

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