A dez meses de a Web Summit invadir o MEO Arena, em Lisboa, perto de 20 mil pessoas já compraram o bilhete (cerca de metade do total de participantes da edição do ano passado). Os números foram avançados pelo presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, numa conferência de imprensa realizada nesta manhã. Segundo Paddy Cosgrave, líder e fundador da Web Summit, as estimativas apontam para que Lisboa receba cerca de 50 mil pessoas de 8 a 10 de novembro, vindas de 150 países.

Paddy Cosgrave esteve esta sexta-feira reunido com António Costa pela primeira vez desde que o ex-presidente da Câmara Municipal de Lisboa lidera o Governo. A candidatura de Lisboa foi uma iniciativa que teve como rosto o então vice-primeiro-ministro, Paulo Portas.

“Vamos ter em Lisboa os líderes de algumas das empresas mais disruptivas do mundo e isso é uma grande oportunidade para a cidade e para o país. E também para o mundo ver que Portugal tem uma história diferente daquela que tem vindo a ser contada nos últimos sete anos. Portugal emergiu de um período difícil e a sua história é muito diferente, muito positiva. E muito sobre tecnologia”, afirmou Paddy.

Sobre os motivos que o levaram a deixar Dublin – o apoio do governo para implementar medidas de controle de trânsito, aumentar a frequência de transportes públicos, garantir que os preços dos hotéis não inflacionavam demais e que não existiriam problemas com a internet de banda-larga – disse que está confiante que não se repetirão em Lisboa.

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“Os planos [de Lisboa] são incrivelmente profissionais. Estou muito confiante e não teríamos escolhido Lisboa se não tivéssemos muita confiança que os grandes problemas seriam resolvidos. Estamos aqui por acusa disso mesmo e não estou preocupado”, afirmou.

Os pormenores da reunião com António Costa não foram revelados, mas o fundador da Web Summit avançou que era “muito raro encontrar um político, sobretudo um primeiro-ministro, que compreendesse o que era uma startup”, destacando o facto de Costa ter avançado com a incubadora para empresas Startup Lisboa, numa altura em que “as startups não eram assim tão sexys”.

Tenho a certeza que há muitas questões, como a política fiscal, que não vão ser apenas discutidas no Bairro Alto e nos corredores, mas no palco da Web Summit. Em novembro, vamos poder ter uma noção maior do que são as boas políticas, mas alguma coisa está a funcionar corretamente em Portugal, agora. Há muita coisa a acontecer, coisas boas”, referiu.

Paddy Cosgrave esteve esta semana em Lisboa com a equipa de 28 engenheiros da Web Summit. Na quinta-feira à noite, participaram num encontro, no aeroporto de lisboa, onde estiveram a desenvolver um novo software – a ser utilizado em novembro. As primeiras novidades sobre a Web Summit 2016 vão começar a ser reveladas em maio.

A Web Summit é considerada a maior conferência de tecnologia, empreendedorismo e inovação da Europa e vai acontecer entre 8 e 10 de novembro no MEO Arena e na Feira Internacional de Lisboa (FIL). São esperadas 50 mil pessoas. As edições de 2017 e 2018 estão também asseguradas, com possibilidade de estender o contrato por mais dois anos.

A candidatura de Lisboa à edição de 2016 foi anunciada em agosto pelo então vice-primeiro-ministro Paulo Portas, mas foi o secretário de Estado da Economia, Leonardo Mathias, que conduziu o processo. O investimento para o evento é de 1,3 milhões de euros e é financiado pelo Turismo de Lisboa, Turismo de Portugal e pela AICEP – Portugal Global.

Para a edição de 2016, são esperadas cerca de 50 mil participantes. Na edição do ano passado, que marcou a despedida de Dublin, estiveram presentes cerca de 42.000 pessoas de 134 países e cerca de 1000 oradores.