Uma nova associação na área da defesa do ambiente e do desenvolvimento sustentável nasceu este sábado, presidida por Francisco Ferreira, que já liderou a Quercus, propondo uma visão abrangente e a aposta na sensibilização dos cidadãos.

“Zero é um desafio para uma nova abrangência na intervenção da sociedade civil, quer no que diz respeito ao ambiente, quer no que respeita à sustentabilidade”, disse à agência Lusa o presidente da entidade. O nome da associação “aponta para uma sociedade em que tenhamos zero combustíveis fósseis, zero poluição, zero desperdício de recursos, zero destruição dos ecossistemas e da biodiversidade, zero desigualdade social e económica” explicou, reconhecendo “é muito difícil lá chegar”, mas será nesse sentido o trabalho a desenvolver para sensibilizar cidadãos e influenciar políticas.

Na primeira assembleia geral da Zero, que decorre hoje em Fátima, no distrito de Leiria, foi eleito presidente Francisco Ferreira, professor da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, investigador e especialista em ambiente, nomeadamente em energia e alterações climáticas, tendo participado em várias iniciativas internacionais como as conferências da ONU para o clima, além de ter sido presidente da Quercus.

Para os cerca de 100 sócios fundadores da Zero, as componentes ambiental, social económica e institucional devem ser vistas em conjunto, por isso, decidiram avançar com “esta nova visão” fazendo pontos de ligação com outras associaçõos da área do desenvolvimento.

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Da direção da Zero fazem também parte Carla Graça, especialista em recursos hídricos, Susana Fonseca, socióloga, e com trabalhos realizados na área da sustentabilidade no uso da energia, Paulo Lucas, da conservação da natureza e biodiversidade – todos até agora elementos da Quercus – e Helena Amendoeira.

Entre os sócios fundadores estão Jorge Paiva, investigador aposentado do departamento de Botânica da Universidade de Coimbra e “símbolo do alerta para a necessidade da conservação da biodiversidade, à escala mundial”, Luísa Schmidt, investigadora do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, Viriato Soromenho Marques, que também foi da Quercus, ou João Gabriel Silva, reitor da Universidade de Coimbra.

Questionado acerca do abandono do papel ativo na Quercus, Francisco Ferreira disse que “as pessoas que agora abraçam este projeto acharam que o modelo para atingir objetivos tão difíceis tinha de ser um modelo diferente do da Quercus, mesmo complementar”.

Alguns dos sócios fundadores “não se reveem nos atuais objetivos e estratégias da Quercus, mas foi até mais a necessidade de partirmos do zero para algo diferente e com uma filosofia e abrangência maior que nos motivou”, justificou, salientando esperar que aquela associação seja uma das parceiras da Zero. “A Zero parte do zero, não tem quaisquer apoios financeiros além dos donativos dos associados e tem enorme peso de trabalho voluntário, o que é um desafio”, realçou Francisco Ferreira.