Mais uma. O Governo vai travar o processo de venda do capital que detém na empresa da EID – Empresa de Investigação e Desenvolvimento de Eletrónica, que faz parte das chamadas indústrias de Defesa e que se dedica a comunicações para o Exército e a Marinha.

A revelação foi feita esta terça-feira pelo ministro da Defesa, Azeredo Lopes, em audição na respetiva comissão parlamentar. O anterior Governo tinha assinado um contrato-promessa para vender 44% da participação que ainda tem naquela empresa.

“Não estando ainda esse processo consolidado com respeito pleno pelas regras do Estado de direito, iniciativa privada e as obrigações assumidas, se for possível, este governo não alienará a EID”, afirmou o ministro, citado pela Lusa.

O ministro da Defesa Nacional disse ter “alguma dificuldade em compreender a decisão” do anterior governo PSD/CDS-PP de “propor a alienação” da participação pública, que atinge no global cerca de 44%, tendo em conta que a empresa funciona bem, emprega trabalhadores altamente qualificados, apresenta resultados positivos.

Na audição, o ministro anunciou ainda que pretende “manter e consolidar” as Forças Nacionais Destacadas (FND) atuais, com uma aposta nas missões realizadas no âmbito da ONU. “Este governo, no que for possível, manterá as FND e com uma aposta sempre que possível no sistema multilateral das Nações Unidas”, afirmou Azeredo Lopes, que está a ser ouvido na comissão parlamentar de Defesa. O ministro considerou que, com o anterior governo, “houve uma descapitalização da presença portuguesa” nas missões no âmbito das Nações Unidas, “com vantagens de representação externa discutíveis”.

O ministro da Defesa Nacional admitiu a necessidade de reforço da “capacidade da atração” das Forças Armadas face à diminuição da procura por parte dos jovens, mas rejeitou alterações legislativas ou nas condições remuneratórias. A este propósito, e frisando não querer dar a sua opinião pessoal, Azeredo Lopes disse que está a ser feito um debate público em vários países sobre o serviço militar obrigatório. No final da audição, o ministro afirmou aos jornalistas que o reforço da capacidade de atração não significa ações de “propaganda ou cosmética” mas sim “uma comunicação mais profissional, mais do século XXI”, sobre o que representam as Forças Armadas e sobre a carreira militar.

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