O Estado norte-americano do Texas pediu, na terça-feira, a um juiz federal que impeça o Governo dos Estados Unidos de realojar ali mais refugiados, no mais recente esforço para travar a entrada de sírios que fogem da guerra.

O procurador-geral do Texas, Ken Paxton, avançou com este pedido depois de a administração de Barack Obama ter admitido que um grupo de sírios foi realojado em Houston na semana passada, sem que o Estado tenha sido informado, tal como é requerido.

O magistrado em questão, David Godbey, rejeitou, em dezembro, um primeiro pedido do Texas para suspender a chegada de refugiados ao estado, mas exigiu às autoridades federais que informem, com pela menos uma semana de antecedência, sobre novas chegadas.

O Governo norte-americano violou esta ordem no passado dia 22 de janeiro, quando realojou em Houston uma família síria com sete pessoas sem avisar o Texas.

“A administração Obama continua a realojar refugiados sírios nos nossos bairros e comunidades em segredo. A nossa maior preocupação não é aquilo que sabemos acerca destes refugiados, mas o que não sabemos”, afirmou Paxton, em comunicado.

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos apresentou as suas “desculpas” ao Texas por não ter informado da chegada destes refugiados e garantiu que tal “não foi intencional”, tratando-se de uma “falha de comunicação” com o Departamento de Estado.

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Segundo documentos judiciais, dez refugiados sírios chegaram ao Texas em janeiro, somando-se a outros 21 em dezembro.

A postura do Texas advém do anúncio do seu governador, Greg Abbott, que se comprometeu, após os atentados em Paris, a não acolher mais refugiados sírios, considerando que podem constituir “uma ameaça à segurança”.

A iniciativa de Abbott foi apoiada por três dezenas de governadores, a maioria republicanos. A administração Obama, por seu lado, comprometeu-se a receber 10 mil refugiados da Síria.