O Governo angolano está a negociar com o Banco Mundial um novo programa de empréstimo para o desenvolvimento (DPL), anunciou esta quinta-feira o Ministério das Finanças, na conclusão da visita de uma missão daquela instituição financeira internacional ao país.

Em comunicado, o ministério liderado por Armando Manuel garante que líder desta missão do Banco Mundial, Rafael Barroso, “reiterou a disponibilidade” da instituição financeira “para ajudar o país na implementação das reformas preconizadas até março de 2016”.

“Para que o país possa beneficiar do financiamento até o mês de junho”, lê-se no mesmo comunicado.

Angola enfrenta uma forte crise económica, financeira e cambial decorrente da quebra nas receitas com a exportação de petróleo, por efeito da descida da cotação do barril de crude nos mercados internacionais.

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O Governo angolano anunciou a 1 de julho de 2015 um acordo com o Banco Mundial para um empréstimo de 450 milhões de dólares (415 milhões de euros) e uma garantia financeira para captar recursos no mercado internacional entre 300 milhões a 1.000 milhões de dólares (276 a 923 milhões de euros).

O empréstimo foi então apresentado como a primeira operação financeira para a gestão e desenvolvimento de políticas na área fiscal e do investimento público em Angola, através do Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD), do grupo Banco Mundial.

De acordo com a informação de hoje do Ministério das Finanças, a missão do Banco Mundial esteve em Luanda entre 25 e 29 de janeiro com o objetivo de “rever as ações precedentes” e “avaliar o grau de cumprimento das ações previamente acordadas entre as parte no âmbito da primeira operação da facilidade DPL”, mas também para “dar seguimento das negociações concernentes a concessão da segunda operação por aquela instituição”.

A representante do Banco Mundial para Angola e São Tomé e Príncipe enalteceu na quinta-feira a posição do Governo angolano de avançar com um plano para mitigar as consequências da quebra da cotação do petróleo, assumindo o apoio da instituição à diversificação da economia nacional.

“Direi que é positivo saber que está organizado um plano para se responder ao que são os desafios de agora. Sobre os detalhes do plano não tenho informação suficiente”, disse Clara Sousa, questionada pela Lusa, em Luanda.

O Governo angolano aprovou quarta-feira a denominada estratégia para fazer face à crise derivada da queda acentuada do preço do petróleo no mercado internacional, prevendo a substituição do crude como principal produto de exportação de Angola e recorrendo a endividamento para investir na produção interna, diminuindo as importações.

Segundo a responsável, o Banco Mundial teve em Angola, esta semana, quatro missões a trabalhar em paralelo na recolha de informações nas áreas da estatística, agricultura, proteção social e macroeconomia, que deverão produzir um relatório sobre o país nos próximos dias.

“O que para nós é importante é não só perceber os desafios, mas ver como estes se tornam em oportunidades para resolver os problemas”, enfatizou Clara de Sousa.