O ministro do Ambiente, João Matos Tavares, afirmou que o Governo quer o envolvimento dos municípios na gestão dos transportes públicos, nomeadamente dos autocarros, em Lisboa e no Porto.

“É muito evidente o ganho de serem as autarquias a gerir o transporte rodoviário. Quem gere a via pública é que pode tomar opções de longo prazo e de curto praxo que melhorem bastante a eficiência do transporte rodoviário. Isso é menos evidente quando se fala do metropolitano”, afirmou.

O governante falava aos jornalistas no final da cerimónia de comemoração do 56º aniversário do Metropolitano de Lisboa.

João Matos Tavares disse ainda que está a trabalhar nesse sentido com a Câmara de Lisboa, com as seis câmaras onde a STCP – Sociedade de Transportes Coletivos do Porto presta serviço e com os Conselhos Metropolitanos dos dois distritos e que “daqui a dois, três meses haverá novidades”.

Admitiu, contudo, que o interesse do Governo centra-se sobretudo na gestão das empresas de transporte rodoviário porque “transferir as empresas do Metro para as autarquias não tem ganhos evidentes no padrão da mobilidade”.

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No discurso que proferiu na cerimónia, o ministro disse que, com a anulação da concessão das empresas de transporte, com a nomeação das novas administrações e com a descentralização do modelo de gestão “estão criadas as condições para as empresas enfrentarem desafios futuros”.

Referindo-se especificamente ao Metropolitano de Lisboa, João Matos Tavares defendeu que “deve reforçar a sua oferta, ao contrário dos cortes sistemáticos” feitos nos últimos tempos, “apostar na renovação da frota” e “procurar a sustentabilidade financeira através de um reforço da sua procura”.

“Este Governo gosta das empresas de transporte que tutela. Reverter as concessões foi apenas o início. Não vamos voltar atrás, vamos é fazer melhor”, assegurou aos trabalhadores.