Dezasseis pessoas morreram à fome em Madaya, cidade no oeste da Síria e sitiada por forças pró-Damasco, mesmo depois de os comboios humanitários terem entrado na localidade, em meados deste mês, denunciaram hoje os Médicos Sem Fronteiras (MSF).

A organização não-governamental estima que os casos de má nutrição atingiram 320 pessoas, estando 33 delas em “perigo de morte”, lamentando que haja habitantes locais que continuam a morrer à fome.

Com mais estas mortes, o total de pessoas que morreram à fome desde dezembro de 2015 subiu para 46, calculou a MSF.

Localizada na província de Damasco, Madaya está cercada pelas tropas governamentais e o seu destino é um dos temas a abordar nas conversações de paz sobre a Síria que, após sucessivos adiamentos, começaram na sexta-feira em Genebra (Suíça).

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Antes de quaisquer discussões, a oposição síria exige a implementação, no terreno, das resoluções do Conselho de Segurança da ONU, que preveem o levantamento dos cercos às cidades em poder dos rebeldes.

Madaya é uma das quatro cidades incluídas num raro acordo assinado em finais de 2015 e que prevê a suspensão dos combates, de forma a permitir a entrada de comboios humanitários com equipas médicas e alimentos às populações sitiadas.

Apesar do acordo, as Nações Unidas, bem como várias outras instituições de cariz humanitário, só conseguiram ter um acesso limitado a Madaya e Zabadani, cercadas pelas forças de Damasco, bem como as de Fuaa e Kafraya, sitiadas pela oposição.

As Nações Unidas estimam que cerca de 486.700 sírios vivem cercados nas quatro cidades sitiadas pelo Governo de Damasco, pelos rebeldes ou pelo grupo Estado Islâmico (EI).

A meio da semana, um alto funcionário da ONU afirmou que as autoridades sírias em Damasco apenas responderam a 25% dos pedidos de ajuda humanitária.