A dívida pública aumentou 5,3 mil milhões de euros no ano passado, fechando o ano acima dos 231 mil milhões de euros, apesar da ligeira descida verificada em dezembro, anunciou o Banco de Portugal. A meta pode ter ficado acima da estimada pelo Governo no esboço do Orçamento do Estado para 2016.

Os valores são ainda preliminares, sendo confirmados no final de março com o envio para Bruxelas da primeira notificação do ano ao abrigo do Procedimentos dos Défices Excessivos, mas para já parecem estar longe do previsto pelo anterior Governo.

O Banco de Portugal diz que a dívida fechou o ano nos 231,05 mil milhões de euros, cerca de 5,3 mil milhões de euros acima do valor da dívida pública – na ótica de Maastricht, a que conta para as autoridades estatísticas – verificado no final de 2014.

O banco central ainda não divulga qual será o peso em percentagem do PIB da dívida pública, porque falta apurar o valor do PIB nominal para a totalidade do ano. No entanto, usando os valores da estimativa enviada para Bruxelas pelo INE no final de setembro do ano passado, a dívida pública teria atingido os 129,7% do PIB, mais um ponto percentual que os 128,7% estimados pelo Governo no esboço do Orçamento do Estado para 2016.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A diferença é consideravelmente maior quando estes valores são comparados com a meta do anterior Governo PSD/CDS-PP, que saiu do poder apenas no final de novembro, e que previa que a dívida púbica se ficasse pelos 125,2%.

Ainda assim, a dívida pública caiu mais de 200 milhões de euros em dezembro, mesmo com o efeito da injeção de capital do Banif nas contas. Segundo o Banco de Portugal, isto explica-se com o recurso do Estado aos seus depósitos para pagar os quase 2,3 mil milhões de euros que teve de gastar para financiar a resolução do Banif.

Assim, a dívida pública na ótica de Maastricht até pode descer na parte final do ano, mas a dívida líquida de depósitos, aumentou 4,1 mil milhões de euros para os 217,7 mil milhões de euros, o valor mais alto, pelo menos desde o último ano.