A Câmara de Portimão abriu um concurso público para entregar aos privados a gestão e exploração das 30 rotundas na área urbana da cidade, cuja manutenção dos espaços ajardinados terá como contrapartida a colocação de painéis publicitários.

Ao concurso inovador, que decorre até ao dia 29 de fevereiro, podem candidatar-se empresas e pessoas em nome individual, sendo a rotunda atribuída por um júri ao melhor projeto paisagístico.

“O município está numa situação económica difícil e, por isso, temos que ter engenho e arte para respondermos aos desafios permanentes”, disse à agência Lusa a presidente da autarquia, Isilda Gomes (PS).

A autarca acrescentou que a ideia, “diferente e inovadora, de arranjar padrinhos para as rotundas” surgiu durante uma conversa com um empresário “sobre os problemas que a autarquia tem em fazer os ajardinamentos, devido às dificuldades económicas”.

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“Como considero que as boas ideias têm de ser acolhidas e desenvolvidas, decidi pô-la em prática”, destacou Isilda Gomes, sublinhando que o objetivo principal é encontrar parceiros que assumam a manutenção dos espaços verdes, “tendo como contrapartida a possibilidade de publicitarem as empresas e negócios, passando a rotunda a ter o nome da pessoa que a apadrinhar”.

Isilda Gomes adiantou que a ideia está a ser bem acolhida por todos os munícipes e empresários do concelho, tendo em conta o elevado número de pedidos de informações sobre o projeto.

“Dada a recetividade, penso que, mesmo tendo dinheiro, deveríamos continuar a ter este tipo de iniciativas”, sublinhou.

De acordo com a autarca, a concessão das rotundas está devidamente regulamentada no caderno de encargos, “devendo os projetos enquadrar-se na lei, no arranjo urbanístico, salvaguardando as questões de segurança relativamente ao trânsito rodoviário”.

“Os projetos terão que se enquadrar no espaço urbano e serão tidos em conta vários fatores, entre eles a valorização estética, cabendo à autarquia a decisão final”, indicou.

Para Isilda Gomes, a manutenção e os arranjos dos espaços verdes nas rotundas, “é de importância vital para a qualidade de vida dos residentes e dos milhares de turistas que anualmente visitam a cidade.

“Quem sabe se no futuro não faremos um concurso da rotunda mais bonita, porque quando somos nós a tratar do espaço público, temos muito mais cuidado e carinho com ele”, concluiu.

A proposta para a concessão das rotundas foi aprovada em dezembro passado por todos os vereadores do executivo camarário, mas a CDU considera que a solução agora encontrada “não pode ser eterna, e terá de ser vista caso a caso”.

Nelson Freitas, vereador da CDU na Câmara de Portimão, disse à Lusa que “esta solução não é a ideal, mas a possível face à situação de endividamento da autarquia”.

“É uma forma de manter os espaços arranjados, porque, não havendo dinheiro, havia que encontrar forma para resolver o problema”, sublinhou, acrescentando que, por norma, os jardins e espaços públicos “devem ser do completo domínio da câmara”.