Um estudo levado a cabo por uma equipa de cientistas norte-americanos refere que a atividade física pode não ser suficiente para queimar calorias, uma vez que mais exercício não significa necessariamente menos quilos. O estudo, publicado na passada quinta-feira na revista Current Biology, é o último a desafiar as estratégias de prevenção da obesidade, frisa o The Guardian.

Para a investigação, os cientistas mediram o gasto de energia e os níveis de atividade de mais de 332 adultos de cinco países da América do Norte e de África durante uma semana. Nos indivíduos que fizeram exercício de forma moderada, os gastos de energia (cerca de 200 calorias) foram superiores à daqueles que praticamente não se exercitaram. Porém, em comparação, nos que fizeram muito exercício físico a perda de calorias foi praticamente a mesma. Isto significa que, de acordo com o estudo, fazer muito exercício físico pode fazer com que o corpo faça grandes ajustes e restrinja o gasto energético em vez de o aumentar.

Ao The Guardian, Herman Pontzer, da Universidade de Nova Iorque, explicou que “o exercício físico é muito importante para a saúde”. “É a primeira coisa que digo quando alguém me pergunta sobre as implicações deste trabalho para o exercício. Existem muitas evidências que mostram que é importante para manter os nossos corpos e mentes saudáveis. Este trabalho não faz nada no sentido de mudar essa mensagem. O que o nosso trabalho refere é que também precisamos de nos focar na dieta, principalmente no que diz respeito à gestão do nosso peso“,  salientou Pontzer, um dos autores do artigo.

À luz dos resultados, Pontzer e os restantes investigadores sugerem que a Organização Mundial de Saúde deve rever as suas orientações sobre o controlo do peso e a obesidade, que defendem um aumento exponencial do exercício físico, de modo a “refletir melhor a natureza restrita do gasto energético total e os efeitos complexos que a atividade física tem sobre a fisiologia metabólica”.

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