Nathan morreu num acidente de viação. Não sabe que horas são, porque são todas as horas ao mesmo tempo naquele espaço vazio onde está agora. Quando se apercebe que a vida ficou para trás (ficou?) quer saber como tudo aconteceu. E então olha para o acidente que lhe roubou a vida. “Então é só isso”. Mas não é: Nathan apercebe-se que naquele vazio branco pode responder a todas as perguntas que ficaram penduradas ao longo da vida. Que todas as questões a que a existência não podia esclarecer, a morte podia. E por isso decide lançar-se na busca pelo conhecimento total.

Esta é a história de “The Answers”, uma curta-metragem dirigida por Michael Goode e por Daniel Lissing que conquistou diversos prémios nos festivais de cinema durante o ano passado. Ao YouTube só chegou a 25 de janeiro de 2016 e mereceu a atenção – até ao momento – de mais de 486 mil pessoas. Ao longo de sete minutos, a personagem de Daniel Lissing reflete sobre a sua passagem pela vida terrena, desde as questões mais triviais (quantas vezes fez sexo?) até às decisões que mudaram o percurso da sua existência. Incluindo Paige, “a pessoa mais perfeita de toda a história da humanidade” para Nathan e que ele deixou escapar.

O filme pode levá-lo às lágrimas. Se não for sensível a esse ponto, pode pelo menos obrigá-lo a refletir sobre o significado de toda a vida. E isso implica ter plena consciência dos momentos de maior coragem, dos momentos de maior irresponsabilidade, dos dias mais felizes da sua vida. É por isso que as memórias de Nathan insistem em regressar aos dias com Paige. Durante o que parece ser uma conversa com uma entidade superior, o protagonista viaja no tempo para que possa embeber de novo todas aquelas sensações. As boas, as más e as que deixou escapar quando não correu atrás do amor da sua vida.

No fim, percebendo que tanto ficou por viver, recorda-se da pergunta que muitos de nós querem ver esclarecida de uma vez por todas: “É realmente isto o fim?”. O filme acaba. Há perguntas que nem por mera hipótese os produtores da curta-metragem conseguiram responder. Mas “The Answers” conduz o público ao limbo e às emoções da vida. Mesmo que ela tenha de ser analisada à luz da morte. Veja o vídeo aqui em baixo:

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