A Lua poderá ser um lugar “interessante” para a exploração mineira privada dos recursos do espaço, alertou o diretor-geral da Agência Espacial Europeia (ESA), Jan Wörner. O responsável da ESA reagia, deste modo, ao lançamento pelo Luxemburgo de uma iniciativa que pretende instigar as empresas a lançarem-se na aventura de explorarem os recursos naturais do espaço, sobretudo os asteroides.

“Este é um momento em que a ideia de ir para o sistema solar para fazer perfurações na busca de minério está sobre a mesa”, disse Wörner à agência noticiosa francesa AFP, sublinhando que, “até agora, os custos eram demasiado elevados para desenvolver a atividade comercial”.

“Atualmente, as companhias privadas estão interessadas em fazê-lo e muito bem”, esclareceu o responsável da ESA. Daí que tenha considerado esta possibilidade como “lógica” e explicado que não se fará “com dinheiros públicos”. “Se o Luxemburgo, que é membro da ESA, quiser apoiar estas empresas, isso é bom. Nesse sentido, nós veremos como poderemos unir as nossas forças”, sublinhou.

“Estou certo de que a Lua poderia ser um lugar interessante” para as atividades privadas, apesar de o projeto do Luxemburgo se referir, em particular aos astroides.

Desde que Jan Wörner tomou posse, em junho do ano passado, tem vindo a promover a ideia de uma “Vila Lunar” multinacional, a qual poderia incluir atividades de exploração mineira realizadas por empresas privadas.

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“Nos últimos anos, as empresas têm querido saber a minha opinião sobre a possibilidade de haver atividades de exploração mineira no espaço”, lembrou o responsável da ESA, vincando: “Tenho dito que é uma boa ideia”, mas também advertido para o facto de que “trazer os minerais para a Terra levaria tempo, porque é muito caro por agora”.

Apesar desta limitação, utilizar materiais do sistema solar para abastecer as missões espaciais longínquas ou construir estruturas na Lua “não está tão distante”, sustentou.

Segundo Jan Wörner, “a ficção científica acaba muitas vezes por ser verdade. Este é apenas o próximo passo”, concluiu.