E se entre as escolas mais inovadores do mundo estivessem estabelecimentos localizados no Gana, na Índia, na Indonésia e no Bangladesh, por exemplo? Quem o diz é Alfredo Hernando, um professor, psicólogo e investigador espanhol, que acaba de lançar um livro chamado “Viagem à escola do século XXI. Assim trabalham os colégios mais inovadores do mundo”.

O investigador espanhol atravessou o mundo durante 9 meses para conhecer alguns dos projetos educativos mais inovadores e criativos. Há escolas de países como os Estados Unidos, o Japão e o Reino Unido, por exemplo, mas também várias escolas sul-americanas (da Colômbia, Peru, Chile, Brasil, Argentina e Uruguai), africanas, asiáticas e até da Oceânia (australianas e neozelandesas, no caso). Ao todo, as 50 escolas estão situadas em 20 países diferentes. Nenhum deles é Portugal.

Entre os vários centros de ensino (públicos e privados) há semelhantes e diferenças. O investigador explica ao El Mundo aquilo que os une: “Em termos metodológicos, [as escolas] partilham ferramentas como a aprendizagem através de projetos, as aulas dadas de forma cooperativa, [o facto de haver] ferramentas de avaliação variadas, os compromissos de aprendizagem celebrados entre aluno e professor, os (…) edifícios digitais, a autonomia que [os professores] concedem aos seus alunos“, entre outros aspetos.

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O CEO da Innova Schools, uma rede de colégios privados peruanos destacada por Alfredo Hernando, afirma que o modelo de memorização da informação já não funciona nos dias de hoje: “Numa aula tradicional, o método está centrado na transmissão de conhecimentos. O professor escreve no quadro informação que o aluno copia para o caderno e reproduz nos exames (…): aprendizagem memorizada de feitos, datas, informações; ou aplicação, não fundamentada, de algoritmos, fórmulas e procedimentos.”

“Por outras palavras, [ensinam-nos na escola] toda a informação que hoje obtemos, numa questão de segundos, no motor de busca mais usado da internet. Esse método já não funciona (…). Na aprendizagem em grupo envolvemos os estudantes, desafiando-os com questões que põem em causa os seus saberes prévios. As aulas devem ser feitas pelo aluno, não pelo professor“, defende.

A chave para a escola do futuro, defende o investigador espanhol, é “ensinar os alunos a pensar por si mesmo”, em vez de serem recetores passivos de conhecimento, que têm de memorizar aquilo que lhes é ensinado.

Veja algumas dessas escolas na fotogaleria.