“Quero dizer-vos, confessar-vos, que para pagar os salários este ano, e as pensões, estou a fazer das tripas coração”, declarou Maduro, perante centenas de pessoas no discurso de comemoração do 24.º aniversário da tentativa de golpe do falecido Hugo Chávez. 

Apesar das dificuldades económicas do país, que viu as suas receitas reduzirem-se em 70%, tem a inflação mais alta do mundo e uma grave escassez de produtos básicos, o chefe de Estado disse que, “ao povo não vai faltar nem trabalho, nem remunerações, nem pensões, nem educação, nem nenhuma outra coisa”. O Presidente venezuelano disse ainda que, nestes tempos de “tempestade e dificuldades, as famílias têm de unir-se sem distinção de classe, ideologia, raças, religiões” e pediu “unidade nacional para enfrentar esta tormenta”.

Nicolás Maduro decretou, no início deste ano, a “emergência económica”, um estado de exceção que lhe permitiria implementar medidas drásticas para fazer face à crise, mas o parlamento rejeitou o decreto, que ficou sem efeito. Isto aconteceu porque, de acordo com Maduro, a Assembleia Nacional, controlada pela oposição, “não se preocupa com a situação económica” e “virou costas ao país”. Maduro criticou ainda as convocatórias que a “assembleia burguesa” fez aos membros do seu gabinete, para que fossem questionados pelos deputados, às quais nenhum ministro atendeu até agora.

A Venezuela, que tem as maiores reservas de petróleo do mundo, tinha, até setembro passado, uma inflação anual de 141,5%, registando uma contração de 4,5% do Produto Interno Bruto (PIB) até ao terceiro trimestre de 2015.

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