A maioria do dinheiro investido deve ficar aplicada em ações e obrigações dos mercados mais desenvolvidos. Esta é a regra mais comum entre os gestores de patrimónios. Se optar por fundos de investimento, isto indica que, no mínimo, precisa de dois produtos para aplicar o seu património.

Os princípios financeiros dizem, também, que os investidores podem aplicar uma pequena franja da riqueza – até 10% do património – noutros ativos em que acreditem possam gerar rentabilidades superiores.

Para ajudar os leitores a apimentarem as suas carteiras, o Observador navegou pelos 3.349 fundos disponíveis aos investidores particulares nos bancos a operar em Portugal para encontrar sete produtos diferentes dos demais. Não recomendamos estes fundos em particular (como são únicos, não os avaliamos), mas podem ser um bom ponto de partida para condimentar o seu património.

Eu, robô

A sociedade gestora suíça Pictet já habitou os investidores com propostas muito particulares, algumas vezes soluções únicas no panorama português. Os fundos Pictet Water e o Pictet Timber vieram satisfazer os investidores que querem investir nos setores da água e das florestas.

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Agora, os gestores apostam na robótica. Desde outubro passado que os aforradores podem investir em ações de “empresas que contribuem para a cadeia de valor da robótica e das tecnologias conexas”, conforme o documento de informações fundamentais destinadas aos investidores.

A carteira do fundo inclui grandes empresas como a Alphabet, que substituiu a Google na bolsa, que tem uma vasta investigação na área da automatização, incluindo o projeto do carro que não necessita de condutor. Contudo, as duas maiores apostas da gestora Karen Kharmandarian são os títulos da norte-americana Intuitive Surgical, que desenvolve o sistema cirúrgico da Vinci que é usado, por exemplo, em operações ao coração, e os da japonesa Keyence, que constrói robôs industriais para clientes como a Toyota Motor e a Toshiba.

Fundo Rentabilidade anual líquida Classe de risco Bancos comercializadores
1 ano 3 anos 5 anos
Pictet Water HR USD 3,47% 14,95% 11,24% 6 Banco Best
Pictet Water R USD 1,13% 8,51% 7,44% 5 Banco Best, Banco Invest
Pictet Water R EUR 1,26% 8,74% 7,55% 5 ActivoBank, Banco Best, Banco Big, Banco Invest, Deutsche Bank, Finantia
Pictet Timber R USD -15,68% 1,78% 2,68% 6 Banco Best, Banco Big, Banco Invest
Pictet Timber R EUR -15,53% 1,98% 2,78% 6 ActivoBank, Banco Best, Banco Big, Banco Invest, Finantia
Pictet Timber HR EUR -19,19% -5,23% -1,51% 6 Banco Best, Banco Invest
Pictet Robotics HR EUR não aplicável Banco Invest
Pictet Robotics R EUR não aplicável Banco Best, Banco Invest
Pictet Robotics R USD não aplicável Banco Best, Banco Invest
Fonte: Bloomberg, entidades gestoras e comercializadoras. 29 de janeiro de 2016.

Depois dos BRIC

James O’Neill, o atual secretário do Tesouro britânico, cunhou a sigla BRIC – as iniciais de Brasil, Rússia, Índia e China – quando estava na gestão de ativos do banco Goldman Sachs em 2001. Embora menos conhecido, James O’Neill também traçou o termo “Next 11” ou simplesmente N-11 em 2005. O N-11 é o conjunto de países que, em paralelo com os BRIC, têm um elevado potencial de serem algumas das maiores economias do século XXI: Bangladeche, Coreia do Sul, Egito, Indonésia, Irão, México, Nigéria, Paquistão, Filipinas, Turquia e Vietname.

Embora seja possível investir individualmente em algumas nações através de fundos – como o Fidelity Korea A USD, o HSBC Turkey Equity EC e BTG Pactual Mexico Equity A USD –, o Goldman Sachs lançou o Goldman Sachs N-11 Equity Portfolio E há pouco mais de cinco anos.

A Coreia do Sul e o México são os principais destinos de investimento da equipa do Goldman Sachs ao absorverem mais de 20% da carteira. A seguir, surgem a Indonésia e a Turquia com mais de 10%.

Fundo Rentabilidade anual líquida Classe de risco Bancos comercializadores
1 ano 3 anos 5 anos
Goldman Sachs N-11 Equity Portfolio E -18,17% -3,34% -0,17% 6 Banco Best, Banco Invest
Fonte: Bloomberg, entidades gestoras e comercializadoras. 29 de janeiro de 2016.

África em dívida

Investir nos mercados acionistas africanos já é possível há alguns anos. O JPMorgan Africa Equity A EUR foi o recomendado em janeiro pelo Observador. A gestora Silk Invest, que se especializou nas bolsas de África e do Médio Oriente, lançou o primeiro fundo de obrigações africanas, o Silk African Bond.

A carteira do fundo está concentrada em títulos de dívida pública de quatro nações: Quénia, Egito, Gana e Nigéria. A maturidade favorita dos gestores é dez anos.

Fundo Rentabilidade anual líquida Classe de risco Bancos comercializadores
1 ano 3 anos 5 anos
Silk African Bond R EUR 2,27% 3,51% 3,99% 5 Banco Invest
Silk African Bond R USD -8,78% -0,18% 1,75% 5 Banco Invest
Fonte: Bloomberg, entidades gestoras e comercializadoras. 29 de janeiro de 2016.

Volatilidade também se compra

A panóplia de ativos em que os investidores podem investir continua a crescer. A Amundi, a maior sociedade gestora de ativos da Europa, com 950 mil milhões de euros sob gestão, reforça a sua oferta com fundos que beneficiam da volatilidade de outros ativos. O Amundi Absolute Volatility World Equities é um deles.

Gilbert Keskin, o gestor do Amundi Absolute Volatility World Equities, procura ganhar 7% por ano menos comissões através do investimentos em instrumentos financeiros derivados indexados a índices de ações. Esses índices são da zona euro, dos Estados Unidos da América e da Ásia. A carteira é desenhada de maneira que a probabilidade de perder mais de 35% em um ano seja inferior a 5%.

Fundo Rentabilidade anual líquida Classe de risco Bancos comercializadores
1 ano 3 anos 5 anos
Amundi Absolute Volatility World Equities SU 2,69% 2,32% 0,91% 5 ActivoBank, Banco Big, Banco Invest, Millennium bcp
Amundi Absolute Volatility World Equities H 2,47% 2,09% 0,69% 5 Banco Best
Amundi Absolute Volatility World Equities SHE -1,21% -4,66% -0,99% 4 Banco Invest
Fonte: Bloomberg, entidades gestoras e comercializadoras. 29 de janeiro de 2016.

Jogar no jogo em que quase todos perdem

O mercado cambial é complicado. Ao contrário das ações e das obrigações, não há obrigatoriamente uma expectativa de ganhos de longo prazo. A maioria dos fundos de investimento cambial apresenta prejuízos nos principais prazos de aforro.

O Neuberger Berman Diversified Currency USD A tem ganho dinheiro para os seus subscritores. Ugo Lancioni, o responsável pelo produto, investe nas divisas mais negociadas no mundo e acredita que o seu fundo é uma boa adição às carteiras porque tem uma correlação negativa com a maioria dos fundos tradicionais. Segundo os documentos mais recentes da gestora Neuberger Berman, Lancioni estava a apostar na subida das moedas escandinavas e do iene japonês contra a queda do franco suíço e do dólar canadiano no final de 2015.

Fundo Rentabilidade anual líquida Classe de risco Bancos comercializadores
1 ano 3 anos 5 anos
Neuberger Berman Diversified Currency USD A 5,90% 6,52% 3,31% 4 Banco Best, Banco Big, Banco Invest
Fonte: Bloomberg, entidades gestoras e comercializadoras. 29 de janeiro de 2016.