O Governo chinês acusou esta sexta-feira “organizações radicais separatistas” de organizarem os distúrbios em Hong Kong na madrugada de segunda-feira, primeira noite do Ano Novo Lunar, e que resultaram em 124 feridos e meia centena de detidos.

Num comunicado, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China Hong Lei denunciou que uma multidão criou barricadas nas ruas, ateou fogos, atacou a polícia e os seus veículos, ferindo 89 agentes e vários jornalistas.

O porta-voz chinês defendeu também a atuação da polícia e do Executivo de Hong Kong, após críticas por um agente ter disparado para o ar em sinal de alerta.

“O Governo central chinês acredita e apoia firmemente o Governo da região administrativa especial de Hong Kong e a polícia [no seu trabalho] para salvaguardar a segurança social, proteger os seus residentes e propriedades e castigar as atividades ilegais e criminosas, de acordo com a lei”, afirmou Hong.

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Os confrontos com a polícia da passada segunda-feira em Hong Kong foram considerados os mais violentos dos últimos anos e constituem a maior demonstração de descontentamento popular desde os protestos pró-democracia no final de 2014.

Um total de 37 pessoas foram presentes em tribunal, acusadas de participar nos distúrbios, mas todas saíram sobre fiança, enquanto esperam nova audiência a 07 de abril.

O tribunal proibiu também os acusados de se deslocarem a Mong Kok, zona onde aconteceram os confrontos, que já tinha sido um dos centros dos protestos de 2014.

Entre os que compareceram perante um juiz está Edward Leung, porta-voz do grupo independentista local Indigenous e aspirante a um assento nas próximas eleições parlamentares.

O líder dos Indigenous, Ray Wong, publicou na quinta-feira uma mensagem encorajando a continuação dos protestos.

Os distúrbios surgiram na sequência de uma operação da polícia contra venda ambulante ilegal de comida.