Dezasseis dos 17 ministros do Governo chefiado por António Costa estão hoje por todo o país em sessões de esclarecimento com militantes e simpatizantes socialistas sobre o Orçamento do Estado para 2016.

Segundo uma nota divulgada pelo PS, os ministros e a secretária de Estado da Segurança Social, Cláudia Jardim, participarão em sessões durante a tarde de hoje, destacando-se o ministro das Finanças, Mário Centeno, que estará no Clube Farense, em Faro.

Os governantes, à exceção do ministro da Cultura, João Soares, estarão nas capitais de distrito do continente a apresentar a proposta de Orçamento do Estado para 2016 apresentada pelo Governo socialista.

No caso do distrito de Portalegre, o encontro do mesmo género ocorrerá no domingo e estará a cargo do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Fernando Rocha Andrade.

O primeiro-ministro e secretário-geral socialista, António Costa, também já realizou duas sessões de esclarecimento do Orçamento, uma no Porto (no sábado passado) e outra em Lisboa (na quarta-feira).

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O secretário-geral do PS defendeu na sessão de quarta-feira que as famílias terão mais 700 milhões de euros em rendimentos em 2016, rejeitando a tese de que o Governo dê com uma mão o que tira com a outra.

O líder socialista respondeu assim às críticas que têm sido feitas à proposta orçamental pelo PSD e pelo CDS-PP, contrapondo que o conjunto das medidas de aumento de rendimento das famílias ascende a 1.372 milhões de euros, enquanto as medidas de subida de impostos estão avaliadas em cerca de 600 milhões de euros, o que se traduz num ganho líquido de mais de 700 milhões de euros.

António Costa advogou também que, se PSD e CDS-PP tivessem continuado no Governo, os aumentos de impostos seriam superiores em cerca de 0,4%.

Já na sexta-feira, durante o debate quinzenal, no parlamento, o presidente do PSD perguntou a António Costa “qual é o plano B” do Governo “para acudir à situação orçamental”, mas o primeiro-ministro não antecipou novas medidas, afirmando que serão preparadas para estar em carteira, mas não serão necessárias.

Pedro Passos Coelho considerou que “parece cada vez mais necessário” haver um “plano B” do Governo, e insistiu para que o primeiro-ministro dissesse “que tipo de medidas” estão a ser preparadas e “sobre que áreas atuam”, defendendo que “o país tem direito a saber”.

Na resposta, António Costa afirmou que todas as medidas com que o executivo do PS já se comprometeu “são públicas”. Mais à frente, acrescentou: “O que iremos fazer, naturalmente com espírito construtivo, é começar a preparar medidas que manteremos em carteira, responsavelmente, para utilizar caso venham a ser necessárias. Agora, a nossa convicção é que elas não serão necessárias”.