O ministro do Planeamento e Infraestruturas assegurou esta segunda-feira que o “espanto” ou a “surpresa” sobre a eventual entrada de capital chinês na TAP não tem razão de ser e adiantou que comentou o assunto no parlamento. “Gostava de dizer que esse espanto ou essa surpresa não tem razão de ser. Eu próprio já comentei [o assunto] na comissão parlamentar de Obras Públicas. Na primeira reunião onde estive, fiz desde logo uma primeira referência a essa questão, dizendo que via com bons olhos a aproximação da TAP à Ásia, através desse investidor que, no fundo, era agora um novo investidor no capital de um dos membros do consórcio” afirmou o ministro Pedro Marques.

O PSD e o CDS-PP manifestaram-se, durante o fim de semana, preocupados e apreensivos com os contornos da alteração do contrato da TAP, anunciando a intenção de requerer com urgência a ida do ministro ao parlamento, após o semanário Expresso ter noticiado que o “Governo deixa entrar chineses no capital da TAP”.

O governante, que se deslocou esta segunda-feira a Castelo Branco para assistir a uma reunião do Conselho Regional do Centro, disse que nos últimos dias a questão da eventual entrada de capital chinês na TAP “foi muito agitada”.

“Essa é uma verdade factual. A ideia aqui de uma surpresa ou de que os deputados não foram informados por mim sobre essa matéria não tem qualquer razão de ser”, frisou o governante.

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Pedro Marques explicou também que “essa é uma questão que por agora se mantém no campo das hipóteses”. “É uma hipótese de que estamos a falar. Não é nada concretizado que o Governo, oficialmente, não tenha informado o parlamento”, afirmou. “Essa hipótese foi-nos pedida pelo consórcio para beneficiar as negociações e a reserva das negociações. Devia exatamente manter-se assim, reservada, e reservada como uma hipótese entre parceiros privados”, sustentou o ministro.

Pedro Marques adiantou ainda que esta situação não afeta em nada a posição do Estado no acordo alcançado com o consórcio. “A posição do Estado, os 50%, as opções estratégicas do Estado, não é de todo afetada por essa negociação entre privados”, afirmou.

Dito isto, o governante adiantou que, manifestamente, o PSD “ficou sem agenda e, aparentemente, está também sem ideologia”: “Agora, vemos o PSD com dúvidas sobre o investimento público na TAP, como vemos com dúvidas no investimento privado. Acho que o PSD está manifestamente à procura da ideologia, a tal social-democracia que perdeu há quatro anos”.

“Nós estamos a falar no essencial de um arranjo da composição do investimento privado na TAP que não afeta nada aquilo que é o interesse público e a parte da garantia do interesse público”, concluiu.