A companhia aérea TAP reiterou esta segunda-feira que as quatro rotas europeias canceladas a partir do Porto representavam um prejuízo de 8,02 milhões de euros e disse que a Portugália “vai continuar a existir”, como desde 2007.

Num comunicado sob o título “Ponte aérea entre Porto e Lisboa terá nova frota”, a empresa referiu que a “operação regional da TAP passa a ter um total de 17 aeronaves”, sob as cores da TAP Express, “nova imagem criada para melhor identificar esses serviços com a TAP”, crescendo “o recurso à utilização da White, que antes operava dois ATR e agora passa a oito, o que se justifica pela sua experiência e ‘know-how’ nesse tipo de equipamento”.

No mesmo comunicado, a TAP confirma “que foram canceladas rotas com partida do Porto para quatro cidades europeias” (Bruxelas, Roma, Milão e Barcelona), uma vez que, apesar das “boas taxas de ocupação os custos da operação dessas rotas não permitem atualmente a rentabilidade da sua operação”.

“Com efeito estas quatro rotas, significam para a TAP um prejuízo 8,020 milhões de euros”, acrescentou a companhia a aérea.

No entanto, a companhia aérea realçou que, “no conjunto da operação da TAP no aeroporto do Porto durante o próximo período IATA (final de março a final de outubro) a TAP terá um total de 13.563 voos contra 13.321 do ano anterior”, sublinhando que a ponte aérea entre Porto e Lisboa “será servida por 18 frequências diárias”.

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A Câmara Municipal do Porto contrariou hoje, através da página porto.pt, a ideia de que os voos descontinuados no Porto são deficitários, “ao contrário da operação da TAP, centrada no “hub” em Lisboa, que em 2016 deu 46 milhões de euros de prejuízo”.

No domingo, a autarquia acusou a TAP de fazer desaparecer a Portugália, que custou ao Estado 140 milhões de euros, entregando os seus voos à privada White, “sem capital público envolvido e sem avaliação da Autoridade da Concorrência”.

Em resposta hoje, a TAP afirma que “a PGA continuará a existir como companhia do Grupo TAP, como acontece desde 2007”, recordando “que na altura da aquisição a Autoridade da Concorrência aprovou um conjunto de medidas destinadas a evitar que a aquisição pudesse ser utilizada para impedir outros operadores na rota Lisboa-Porto, medidas essas que foram integralmente cumpridas pela TAP e que, conforme estava previsto, caducaram cinco anos depois, ou seja em 2012”.

No mesmo comunicado de hoje, a companhia aérea abordou também o tema da ligação entre Lisboa e a cidade espanhola de Vigo – já criticada pelo presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira – explicando que se trata “exclusivamente de atender um tráfego com alguma expressão da Galiza, especialmente de negócios, que não utiliza atualmente os serviços [da TAP] via Porto e que por não existir a diversidade, o tipo de destinos e frequências disponíveis no aeroporto Sá Carneiro utilizam o “hub” de Madrid”, para o qual existe uma dezena de voos diários.”

“Trata-se de uma oferta de 70 lugares diários que não tem qualquer impacto na operação do aeroporto Sá Carneiro”, acrescentou a TAP.