O diretor-geral da Saúde de Cabo Verde, Tomás Valdez, disse que as autoridades de saúde estão a acompanhar 140 grávidas com suspeitas de infeção com o vírus zika, adiantando que bebés nascidos até ao momento não registaram problemas.

Tomás Valdez, que falava hoje na cidade da Praia, durante uma reunião com o corpo diplomático acreditado no país, explicou, contudo que os maiores riscos de os bebés poderem desenvolver microcefalia devido ao zika ocorrem quando a infeção se dá no primeiro trimestre de gestação.

Por isso, adiantou, as autoridades vão ter que continuar a acompanhar as grávidas até final do ano.

O diretor-geral de Saúde adiantou que todas as grávidas estão a ser seguidas, estando a ser disponibilizada a realização de ecografias morfológicas e, em alguns casos, apoio psicológico.

A maioria dos casos, 90, estão a ser seguidos na cidade da Praia, e o acompanhamento está a ser feito durante o período pré-natal, parto e no período pós-parto.

As autoridades de saúde estão também a fazer colheitas de sangue para, quando for possível fazer isso em Cabo Verde, confirmar se as grávidas estiveram em contacto com o vírus, uma vez que a identificação da larga maioria dos casos está a ser feita com base em diagnóstico e sem confirmação laboratorial.

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Tomás Valdez adiantou ainda que, mesmo que não apresentem sintomas evidentes de microcefalia ou síndrome de Guillain–Barré (doença neurológica), os bebés serão monitorizados e acompanhados até aos 24 meses.

No início de fevereiro, as autoridades de saúde de Cabo Verde estavam a acompanhar 40 grávidas suspeitas de terem sido infetadas com o vírus zika, que a OMS suspeita poderá estar relacionado com o surgimento de microcefalia em bebés.

Cabo Verde registou desde a primeira semana de outubro 7.325 casos suspeitos de infeção por vírus zika.

A tendência de aparecimento de casos suspeitos de infeção por vírus zika em Cabo Verde tem sido decrescente desde meados de novembro, altura em que foi atingido o pico da epidemia com a notificação de 800 casos numa única semana.

Os dados mais recentes apontam a notificação entre 01 e 07 de fevereiro de 67 casos.