Sete diamantes de grandes dimensões foram descobertos este mês na mina angolana do Lulo, onde foi encontrada também uma pedra com 404,2 quilates, a maior de sempre em Angola e cuja venda contribuirá para as contas do Estado.

A informação foi hoje avançada em Luanda pelo Presidente do Conselho de Administração da Empresa Nacional de Diamantes de Angola (Endiama), Carlos Sumbula, que considerou a descoberta histórica, por se tratar também do 27.º maior diamante do mundo.

Segundo Carlos Sumbula, foram ainda encontradas na mina do Lulo, na província da Lunda Norte, diamantes com 120,37 a 82,60 quilates, mas também de 56,30 e 33,95 quilates. A menor destas grandes descobertas, neste período, foi de 29,28 quilates.

Carlos Sumbula disse que o Governo angolano leva a cabo desde 2010 uma pesquisa para determinar a origem dos diamantes aluviais existentes no país e que a descoberta deste diamante de 404,2 quilates servirá, através das suas especificações e qualidades, de guião para a identificação do seu kimberlito (filão de rocha que contém diamantes).

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“Estamos satisfeitos porque na descoberta dessa pedra já contamos com uma empresa privada angolana”, disse Carlos Sumbula.

O projeto Lulo, localizado no município de Capenda Camulemba, ladeado pelos projetos Cacuilo e Capenda, é uma sociedade constituída por uma parceria entre a Endiama (32%), a Rosa e Pétalas (28%) e Lucapa Diamond (40%), empresa australiana que é operadora da mina.

O valor comercial do maior diamante angolano descoberto até agora já foi estimado em 18 milhões de euros, mas Carlos Sumbula disse que ainda está a ser avaliado no mercado, salientando que se trata de uma pedra fora da escala normal da atividade da empresa.

Acrescentou que a Endiama e o Ministério da Geologia e Minas estão a analisar de que forma o valor da venda poderá reverter diretamente para o Orçamento Geral do Estado.

“Ou seja, a parte que vai caber à Endiama, nós não vamos reinvesti-la no Lulo, mas sim vamos encaminhá-la diretamente para o Orçamento Geral do Estado”, explicou.

Depois do petróleo – cujas receitas caíram para menos de metade em 2015 devido à crise da cotação do barril de crude -, os diamantes são o segundo produto de exportação de Angola.