Os socialistas admitem votar a favor de propostas dos partidos da oposição, PSD e CDS, no quadro da discussão do Orçamento do Estado de 2016. Para já, das propostas conhecidas, os socialistas admitem aprovar as ideias do PCP e do BE para o alargamento da tarifa social de energia, as restantes ainda estão a ser estudadas para garantirem que não têm mais custos para as contas do Estado, e entre estas, deverá ficar pelo caminho, apurou o Observador, a dedução fixa por filho, proposta pelos bloquistas.

Para fora, o discurso é de abertura para as negociações. Aos jornalistas, num encontro esta quinta-feira de manhã, o líder parlamentar do PS, Carlos César, admitiu que o PS avaliará de “forma tendencialmente positiva” as propostas de outros grupos parlamentares. “Todas as propostas são boas independentemente da sua origem. Se estivermos em presença de propostas sejam elas do CDS do PSD ou do BE que não adulterem a orientação orçamental, que assegurem alguma neutralidade do ponto de vistas dos custos e sejam consonantes com o programa do Governo ou pelo menos não contraditórios, avaliaremos de forma tendencialmente positiva com o nosso voto”, disse.

As jornadas parlamentares dos socialistas começam esta sexta-feira em Vila Real. O presidente do grupo parlamentar diz que a reunião servirá para promover as questões a interioridade, mais do que debater o Orçamento do Estado. “Estas jornadas não vão estar referenciadas na apresentação de propostas de alteração do documento. Mas podem suscitar interesse pelos deputados em acrescentar a um conjunto de matérias que estão identificadas de o PS apresentar propostas de alteração”, disse.

Ainda é cedo para que os socialistas apresentem propostas de alteração ao Orçamento, mas além da apresentação própria, têm de avaliar quais as dos restantes partidos que deixam passar. O “voto é decisivo” e por isso há medidas dos partidos que apoiam o Governo que irão passar. Outras ficarão pelo caminho. Ao que o Observador apurou junto de fonte parlamentar do PS, os socialistas estão dispostos a deixar passar medidas como a tarifa de energia, mas não aceitam (pelo menos para já) a dedução fixa no IRS para despesas de educação, uma proposta apresentada pela líder do BE já esta semana.

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