O ministro da Energia da Rússia, Alexander Novak, considerou este sábado que o anúncio de congelamento da produção de petróleo, para estabilizar a descida dos preços, é viável porque os países envolvidos valem 75% da produção mundial.

“Os países que apoiaram publicamente a iniciativa produzem aproximadamente 75% do total das exportações de petróleo, e isto, a meu ver, é suficiente para chegar a acordo”, disse o governante numa entrevista difundida hoje pela televisão pública russa.

Os governos do Catar, Arábia Saudita, Rússia e Venezuela acordaram na semana passada o congelamento da produção de petróleo para os níveis de janeiro, caso os outros produtores adotem a mesma medida.

“Concordamos que estas consultas com outros países devem concluir-se até 1 de março”, acrescentou o titular da pasta da Energia na Rússia, citado pela agência espanhola Efe.

Segundo Novak, o Irão, que deverá ganhar brevemente novamente o acesso aos mercados internacionais no seguimento do levantamento das sanções, recebeu “de maneira bastante positiva” a iniciativa dos quatro produtores de petróleo, ainda que não tenha manifestado a sua intenção de cumprir os níveis de produção de janeiro.

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O preço que estes produtores consideram que deve ser adotado é de 50 dólares, o que representa uma significativa subida face aos cerca de 30 a que o barril de crude estava a transacionar-se nos mercados internacionais na semana passada.

“Conversámos com os nossos colegas sobre o preço do petróleo a 50 dólares, que é o preço adequado para os consumidores e os exportadores numa perspetiva de longo prazo”, disse o governante russo, um dos maiores produtores mundial de petróleo, a par dos Estados Unidos e da Arábia Saudita.

O preço do petróleo caiu cerca de 75% face ao pico do verão de 2014, e colocou as finanças públicas de vários países em perigo, entre os quais Angola e Venezuela, que foram obrigadas a aplicar duras medidas de austeridade para compensar a quebra das receitas.

Também os países mais ricos do Médio Oriente, como a Arábia Saudita, estão a sentir na pele os efeitos da descida dos preços, incluindo o Bahrein, um pequeno sultanato fortemente dependente destas receitas, que garantiam acesso gratuito à saúde e educação até ao nível universitário a todos os cidadãos.