O Japão vai desembolsar 150 mil dólares (135 mil euros) para promover ações de prevenção e combate à violência doméstica em Moçambique, num projeto que conta com a participação da ONU, anunciou esta segunda-feira fonte da missão nipónica em Maputo.

“Este valor é uma forma que nós encontramos para responder a um desafio que é mundial, combater a violência doméstica e a feminização da Sida”, disse Jiro Maruhashi, conselheiro chefe adjunto da missão do Japão em Moçambique, falando momentos após a assinatura de um memorando de entendimento entre a delegação japonesa e a Organização das Nações Unidades de Moçambique (ONU) em Maputo.

O projeto tem a duração de três meses e vai cingir-se à mobilização de todas as camadas sociais moçambicanas, com destaque para os membros do Governo e parlamentares, bem como organizações da sociedade civil, promovendo debates sobre o assunto.

“Nós queremos colaborar para garantir a segurança da mulher”, sublinhou conselheiro chefe adjunto da missão do Japão em Moçambique.

Quando Moçambique atravessa uma crise política, com registo de confrontações entre as forças de defesa e segurança e o braço armado do maior partido de oposição, a Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), Jiro Maruhashi entende que, em casos similares, a mulher e a criança são os que que mais sofrem, considerando que a situação atual em Moçambique é preocupante para todos.

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“Esta situação é triste e, por isso, tem de ser resolvida à base do diálogo o mais rápido possível, na medida em que em casos de crise a mulher é a mais afetada”, acrescentou Jiro Maruhashi.

Por sua vez, a representante da ONU em Moçambique, Florence Raes, disse também que a crise política desafia o Governo moçambicano, reiterando que ” qualquer crise tem impactos para mulher”.

“Uma situação de tensão tem, muitas vezes, a tendência de aumentar o índice de violência contra a rapariga e isso preocupa-nos”, afirmou Florence Raes.

A representante da ONU destacou ainda que esta iniciativa servirá para promover um diálogo no seio familiar, discutindo formas para o país evitar casos de violência doméstica e de feminização da Sida, principalmente nas zonas rurais. “Eu acredito que as mulheres, com esta iniciativa, vão conhecer os seus direitos e a quem devem recorrer em casos de violência”, concluiu.