O médico de família da Nova Zelândia que ofereceu 240 mil euros anuais — e mais umas quantas regalias — a quem quisesse trabalhar como médico na cidade rural de Tokoroa diz estar “cansado, chateado e desanimado” com a quantidade de cartas que começou a receber com candidaturas ao posto. É que, explica Alan Kenny, a grande maioria das candidaturas que recebeu “são lixo”. Alan queixa-se também de ser maltratado nas redes sociais.

Há dois anos que o médico neozelandês anda em busca de um colega que o acompanhe numa clínica que gere em Tokoroa, uma cidade com pouco mais de 13 mil habitantes. Embora ofereça um ordenado generoso, garanta três meses de férias e folgas todas as noites e aos fins de semana, durante dois anos Alan Kenny não recebeu nenhuma candidatura. Quando o caso chegou à comunicação social, o médico começou a receber chamadas, e-mails e mensagens vindas do Brasil, América Central, Polónia, Ucrânia, Índia, Bósnia, África do Sul, Canadá e França. Mas a maior parte não tinha interesse.

Alan Kenny adjetivou a situação de “abominável”: diz que não consegue fazer mais nada durante o dia inteiro, o que é “perturbador e muito feio”, explica o médico ao The Guardian. “A cidade reagiu com muita hostilidade à minha situação e ao conhecimento daquilo que os médicos ganham. Há lixo sobre mim pelo Facebook inteiro e uma grande hostilidade pela cidade em si”, desabafa. E admite que tanto ele como os clientes e os colegas estão “stressados, infelizes e pressionados”.

O médico de família diz duvidar que ainda vá surgir um candidato realmente interessante para o posto, mas também realça que surgiram algumas candidaturas com “qualificações rigorosas”.

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