A CGTP quer aumentar nos próximos quatro anos a luta reivindicativa para tentar resolver os problemas dos trabalhadores e melhorar as suas condições laborais, conforme o previsto no programa de ação a aprovar no XIII Congresso da Intersindical.

Os 730 delegados ao XIII Congresso da CGTP, que se realiza na sexta-feira e no sábado em Almada, vão discutir ao longo dos dois dias de trabalhos o documento programático que define a estratégia sindical para o próximo quadriénio.

O documento, que será aprovado no final da reunião magna da Inter, está dividido em cinco capítulos, onde é feita uma análise detalhada de vários temas que marcam a atualidade política, económica e social e são definidas as prioridades para o próximo mandato.

Segundo a CGTP, o lema deste Congresso – Organização, Unidade e Luta – A Força dos Trabalhadores! Emprego com Direitos, Soberania, Progresso Social – sintetiza os atuais objetivos do movimento sindical unitário e a estratégia futura da Inter.

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Para concretizar os seus objetivos, a central sindical defende a necessidade de ser reforçado o papel e a ação dos sindicatos nos locais de trabalho, de forma a alargar a sua influência e dinamizar e intensificar a luta dos trabalhadores em defesa da valorização do trabalho e dos salários.

A reposição do direito de contratação coletiva, a revogação das alterações legislativas que agravaram as leis laborais, a redução do horário de trabalho e a redução da carga fiscal são outras das prioridades apresentadas no programa de ação.

A necessidade de criar emprego de qualidade para assegurar o futuro do país, é outro dos temas fortes do programa de ação, que defende a urgência de ser definido um programa de desenvolvimento dirigido à revitalização do tecido produtivo.

No documento programático a CGTP critica “as políticas neo-liberais que se desenvolvem na Europa e em Portugal e que têm conduzido à regressão económica e social” e considera que “as políticas da União Europeia estão ao serviço do grande capital e do aumento da exploração dos trabalhadores”.

“O Tratado da UE é uma opção de classe, que favorece o ataque aos direitos dos trabalhadores e que reforça o poder do grande capital, aprofunda a desregulamentação laboral, promove a precariedade, aumenta a exploração”, afirma.

Por isso, a Inter reivindica o fim do Tratado Orçamental e do Pacto para o Euro Mais e defende a alteração dos objetivos e funcionamento do Banco Central Europeu.

A CGTP defende também “o reforço da solidariedade ativa entre os trabalhadores e os povos e o movimento sindical” da Europa.

Apesar de estar filiada na Confederação Europeia de Sindicatos (CES), a Inter critica as posições que têm sido assumidas pela estrutura sindical, considerando-as ” muito aquém das necessidades”.

“A CES não tem um projeto que assegure um posicionamento e ação de efetivo combate ao atual rumo, postulando reais alternativas que combatam as políticas de austeridade e de aumento da exploração”, aponta o documento.

O documento programático termina com a CGTP a reafirmar a sua opção pela não filiação na Confederação Sindical Internacional, tal como estava no programa de ação de há quatro anos.

Esta opção tem merecido nos últimos congressos a contestação das correntes minoritárias na Inter, nomeadamente a socialista.