O ministro-adjunto do primeiro-ministro, Eduardo Cabrita, reafirmou hoje, em Lisboa, a intenção do Governo em vender o Novo Banco quando a instituição estiver “estabilizada”.

À margem de uma conferência organizada na Faculdade de Direito de Lisboa subordinada ao tema ‘Orçamento em Exame’, o governante lembrou aos jornalistas que o Novo Banco “é, neste momento, um banco de transição” e defendeu a “estabilização” da instituição “para permitir” a sua venda.

“Temos de libertar recursos [financeiros] vendendo o Novo Banco nas melhores condições”, afirmou Eduardo Cabrita, criticando de seguida a forma como o anterior governo conduziu o processo.

“Sabemos que a estratégia de venda apressada fracassou”, disse o ministro-adjunto do primeiro-ministro.

Na terça-feira, o vice-presidente da bancada parlamentar socialista João Galamba frisou também a intenção de vender o Novo Banco a privados, mas disse ainda que a manutenção da instituição sob controlo público é um último recurso, caso não existam compradores e ofertas válidas.

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Na véspera, o PCP tinha apresentado um projeto de resolução para promover o controlo público do “banco bom” originado pela resolução do antigo BES e o investimento por parte do Estado de cerca de 4,9 mil milhões de euros para recapitalizar o fundo de resolução bancária.

Também sobre o tema, o primeiro-ministro e líder socialista, António Costa, disse que “a pressa é má conselheira” e há que “dar tempo para se encontrar uma boa solução” para o Novo Banco.

Na segunda-feira, o economista, conselheiro de Estado de Cavaco Silva e ex-presidente do Novo Banco, Vítor Bento, admitiu que a nacionalização daquela instituição bancária poderá ser “uma saída possível”, considerando que “a venda não será já muito favorável”.