O Tesouro português antecipou o reembolso de um total de 1.075 milhões de euros em dívida que venceria nos próximos três anos. Além de poder haver alguma poupança em juros, o mais importantes, dizem os analistas, é “enviar um sinal” e dar liquidez ao mercado nos prazos mais curtos – onde houve um agravamento acentuado dos juros nas últimas semanas.

A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) recomprou 349 milhões de euros dos títulos que se venciam em outubro de 2017, 150 milhões nas obrigações do Tesouro que atingiam a maturidade em junho de 2018 e 576 milhões de euros na linha de obrigações que será reembolsada em junho de 2019.

“Faz sempre sentido recomprar dívida que tem um custo mais alto e tentar substituí-la por novas emissões de dívida com um juro mais baixo”, diz Filipe Silva, diretor de gestão de ativos do Banco Carregosa, em nota de análise aos resultados da operação. “Além de reduzir as amortizações que teremos nos próximos anos e de dar um sinal ao mercado, que é importante, o objetivo terá sempre de ser o da poupança de juros”, acrescenta o especialista.

Filipe Silva explica que “se conseguir substituir uma dívida, com uma taxa de juro mais alta e com uma maturidade curta, por outra dívida, com uma taxa menor e por um prazo maior, é dinheiro em caixa. E como as taxas estão muito baixas, admito que não haja dificuldade em fazer esse rollover [substituição/renovação] com um juro fixo (cupão) mais baixo”.

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