O ministro do Turismo do Brasil declarou, em Lisboa, que as obras de infraestrutura realizadas no Rio de Janeiro para os Jogos Olímpicos estarão prontas a tempo e serão um legado importante para a cidade e para o país.

“Já há obras prontas, inclusive. Todas as obras estão em níveis avançados, umas prontas para concluir, porque foi uma estratégia adotada de forma muito correta, entre as parcerias público-privadas”, disse à Lusa o ministro Henrique Alves.

“São quase 70% de recursos privados. Então, foi uma metodologia que deu certo, as coisas estão avançando e há uma consciência de todos nós da importância que as Olimpíadas desempenharam para Barcelona (Jogos Olímpicos de 1992) e Londres (2012) e tem tudo para ser maior ainda” no Rio de Janeiro, acrescentou.

O autarca do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, havia colocado em dúvida a conclusão das obras do metropolitano (linha 4 — Barra da Tijuca/Copacabana) até o início dos Jogos Olímpicos, que decorrerão na cidade entre 05 e 21 de agosto, mas o governo estadual também garantiu que tudo estará pronto.

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Essas obras de infraestruturas são, segundo Henrique Alves, também “um legado importante nas áreas de acessibilidade, na área de saneamento, na área de estruturas” para a cidade do Rio de Janeiro.

O ministro disse que o Brasil gastou cerca de 10 mil milhões de dólares (9,1 mil milhões de euros) para a realização dos Jogos Olímpicos.

“Nós não queremos que esse legado seja apenas de obras físicas, mas que seja um legado sobretudo na questão turística, que eu acho que é o grande ganho que o país terá para depois mensurar as Olimpíadas que realizou”, afirmou Alves.

Henrique Alves disse que o Brasil vai receber 202 países para os Jogos Olímpicos, que será assistido por cinco mil milhões de telespetadores no mundo e que já foram vendeu 11 milhões de ingressos, estando prevista a presença de 25 mil jornalistas.

“É a grande oportunidade do Brasil mostrar-se como é, esse país tão encantado como um país continental, de tantas diferenças regionais importantes de cultura, gastronomia, de música, de belezas naturais. O Brasil tem tudo, para nesse momento, para se mostrar ao mundo como um país hospitaleiro, carinhoso, de muita diversidade turística, para assim crescer e desenvolver-se no campo turístico”, acrescentou.

“Na Copa do Mundo (Mundial de Futebol de 2014, no Brasil) foram um milhão de turistas, devido ao desporto, que atrai. Agora queremos que seja superior a 500 mil pessoas que venham nesse período visitar o nosso país”, acrescentou.

De acordo com Henrique Alves, o Governo brasileiro aprovou “a isenção de visto (por 90 dias) para norte-americanos, japoneses, australianos e canadianos, que vão formar o maior público nas Olimpíadas, por terem organizados os Jogos nos seus países”.

“Isso leva a crer que 20% a mais de turistas desses países venham conhecer o Brasil nesse período pré-olímpico”, referiu.

O Brasil conta já com mais de um milhão e meio de casos de Zika desde 2015 e a agência especializada em saúde das Nações Unidas espera uma propagação “explosiva” no continente americano, com três a quatro milhões de casos este ano.

“O Brasil está intensamente mobilizado e já temos os primeiros bons resultados dessa repercussão. O mês de julho é um mês de chuvas no Rio, de frio no Brasil, onde a tendência dos nascedouros desse mosquito (Aedes Aegypti) é muito menor, muito menos significante, o que tende a minorar os efeitos”, disse o ministro sobre o surto do vírus zika no Brasil.

Henrique Alves disse que devido ao surto do zika, “no momento, ainda pela desinformação, ao susto que causou e causa ainda, a preocupação no mundo inteiro, pode-se ter um reflexo” na vinda de turistas para o Brasil.

“Entretanto, com as campanhas, com a interação entre os países, que estão trocando informações e no Brasil de forma muito consistente, acho isso que tenderá a diminuir pelo esclarecimento e pela conscientização”, avaliou.

O ministro está em Portugal para a divulgação do Brasil como destino turístico, participando na Feira Internacional de Turismo (BTL), que se realiza de 02 a 06 de março, em Lisboa.