Três blocos, três visões diferentes sobre o que a Grécia precisa de fazer para cumprir as metas orçamentais previstas no terceiro resgate. Terminaram num impasse os últimos trabalhos negociais do chamado Euro Working Group, composto por representantes do governo, do FMI e da Comissão Europeia, e, segundo o Kathimerini, não há data prevista para um regresso dos chefes de missão a Atenas.

A última reunião foi tensa, descreve o jornal grego, sobretudo porque não existem só divergências entre o governo e os credores – também o FMI e a Comissão Europeia têm posições diferentes sobre o caminho que a Grécia terá de trilhar nos próximos anos. Fontes próximas da negociação disseram ao Kathimerini que o ministro das Finanças adjunto, Giorgos Houliarakis, teve uma discussão muito acesa com Delia Velculescu, do FMI. 

Com a crise dos refugiados a assumir uma importância cada vez maior na política (e no quotidiano) da Grécia, as partes estão a fazer esforços no sentido de concluir as negociações sobre o terceiro resgate o mais rapidamente possível. Mas falta um acordo sobre as reformas que ajudarão a Grécia a registar um saldo orçamental primário (excluindo juros) de 3,5% do PIB no médio prazo.

Alexis Tsipras, escreve a Bloomberg, aponta o dedo ao FMI e diz que é da instituição sedeada em Washington a culpa do arrastar das negociações. Parte das objeções colocadas pelo FMI têm por base as expectativas mais pessimistas que o fundo tem em relação a como pode evoluir a economia grega nos próximos anos.

Em simultâneo, o primeiro-ministro grego recusa mais cortes sobre as pensões de reforma, a Comissão Europeia recusa tomar mais medidas de alívio do peso da dívida e vários países europeus recusam avançar no terceiro resgate sem que o FMI participe no programa.

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