A Greenpeace indica, num relatório, que 210 novas centrais de carvão foram aprovadas em 2015 na China, apesar de a produção com este tipo de energia ter estagnado desde 2011, o que leva a organização a acreditar que há uma ‘bolha’.

Esta situação deve-se a uma “bolha no investimento”, causada pelas “distorções” no sistema financeiro e a tomada de decisões económicas na China, cujo modelo atual faz com que as empresas estatais e governos locais tenham de investir em projetos que têm pouca utilidade e rentabilidade, encorajados pelo Governo central e com crédito fácil do setor bancário público.

Lauri Myllyvirta, analista da Greenpeace, lamenta que, apesar dos alertas acerca da “crise de sobrecapacidade” do setor de energia térmica, o número de novas centrais de carvão “esteja a crescer”, ainda que muitas gerem pouco ou nenhum lucro.

Segundo o relatório, a energia térmica produzida por carvão não terá “espaço” dentro das necessidades energéticas do país até 2020, particularmente devido ao aumento da energia procedente de fontes renováveis, do nuclear e do gás.

Para a Greenpeace, esta situação faz com que não seja necessário construir mais centrais — as 210 criadas em 2015 representaram um investimento de 640 mil milhões de yuan (90 mil milhões de euros).

Assim, a organização pede ao Governo chinês que “proíba” a emissão de novas autorizações para a construção de centrais e “cancele” as licenças em regiões com excesso de capacidade, além de instar o próximo Plano Quinquenal chinês a incluir um limite nacional de consumo de carvão.

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