Uma empresa britânica quer ser a primeira a instituir no Reino Unido o direito às mulheres poderem tirar dias de folgas quando estão menstruadas. A empresa Coexist, que dinamiza um espaço de coworking e desenvolve projetos em prol da comunidade tem um quadro de pessoal maioritariamente do sexo feminino e pretende criar um ambiente de trabalho mais feliz e saudável para as colaboradoras, refere o Bristol Post.
Apesar de ser algo intrínseco à biologia feminina, a questão do período continua a ser um tabu os e os eufemismos são uma constante, mas a empresa britânica quer que isso deixe de acontecer. A companhia lançou na sua página do Facebook a iniciativa Política Pioneira do Período (Pioneering Period Policy: Valuing natural cycles in the workplace) um seminário onde a questão será discutida publicamente, e na sequência da discussão pretende instaurar a política na empresa.
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Posted by Coexist on Monday, February 22, 2016
A empresa sediada no edifício Hamilton House, em Stokes Croft, Bristol (Reino Unido) pretende ser “mais amiga do ciclo natural das suas funcionárias” (dos 24 trabalhadores da empresa, apenas 7 são homens).
“Como gestora de recursos humanos tenho visto que algumas mulheres sofrem com os respetivos períodos e vejo-as muitas vezes contorcidas com dores”, disse Bex Baxter, uma das diretoras da empresa ao jornal de Bristol.
“As mulheres sentem-se culpadas e envergonhadas por terem que tirar dias de folga e muitas vezes continuam sentadas às suas secretárias a sofrer em silêncio”, acrescentou.
Bex Baxter acredita que a nova política — que não será obrigatória, uma vez que as mulheres podem escolher não tirar folgas — irá aumentar a produtividade. E espera que muitas outras empresas venham a seguir o exemplo dado pela Nike. A gigante do vestuário e calçado desportivos introduziu políticas similares em 2007 e impõe aos seus parceiros de negócio a assinatura de um memorando de entendimento para assegurar a manutenção dos padrões da empresa, escreve o Independent.
“Muitas empresas são predominantemente masculinas e incentivam os horários de trabalho longos, mas é um equívoco pensar que tirar dias de folga torna uma empresa improdutiva”, refere Bex Baxter.
Bex Baxter considera “injusto” que as mulheres tenham que trabalhar quando não se sentem bem. A empresa prevê que a discussão pública seja concorrida e espera relançar o debate sobre a igualdade de género no seio das empresas.