Um novo resgate financeiro para Portugal não está sob consideração“. Fontes oficiais do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) e do Ministério das Finanças alemão não tardaram a reagir à notícia da Der Spiegel de que Portugal será pressionado pelo Eurogrupo a inverter as políticas.

Em declarações à agência Reuters, tanto os responsáveis do fundo europeu de socorro financeiro, liderado por Klaus Regling, como o ministério liderado por Wolfgang Schäuble, rejeitaram em uníssono que um novo programa de assistência para Portugal seja um cenário em cima da mesa nesta altura.

Contudo, o Ministério das Finanças da Alemanha acrescentou mais uma mensagem:

“É importante que o governo atual continue o rumo das políticas bem sucedidas que têm sido seguidas até agora”.

Não sendo novidade, por vir na linha do que o governo alemão já disse em outras ocasiões, as declarações surgem numa altura em que se tornam mais frequentes as notícias de que, apesar da aprovação do Orçamento do Estado por Bruxelas, apontam para um período negocial difícil. Bruxelas reservou para a primavera uma nova avaliação à execução orçamental e pediu ao governo medidas para um Plano B, que ainda não são conhecidas.

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As taxas de juro de longo prazo têm vindo a cair, pressionadas pela expectativa de novos estímulos por parte do Banco Central Europeu (BCE). A taxa a 10 anos aproximou-se, nesta sexta-feira, dos 3%, depois de ter tocado os 4,5% há poucas semanas, no pico do conflito com a Comissão Europeia sobre o Orçamento.

“As coisas podem tornar-se problemáticas outra vez”

À Reuters falou, também, uma fonte ligada aos organismos europeus em Portugal, que salientou que o país “não precisa de muito financiamento nos mercados neste momento, mas no final do ano irá precisar, provavelmente. Se a confiança dos mercados não estiver assegurada até lá, as coisas podem tornar-se problemáticas outra vez”.

A mesma fonte, que a Reuters não identifica, diz que “algumas pessoas estão preocupadas que a inversão do rumo da política orçamental e estrutural poderá colocar em risco a recuperação, a correção dos desequilíbrios — que ainda são grandes — e, portanto, a confiança dos mercados”.