A polícia turca dispersou, este sábado, em Istambul cerca de 500 manifestantes concentrados diante da sede do jornal da oposição Zaman, colocado sob tutela na sexta-feira por decisão de um tribunal, segundo um repórter fotográfico da agência France Presse. As forças da ordem utilizaram gás lacrimogéneo, assim como canhões de água e balas de borracha.

Já na sexta-feira a polícia tinha dispersado de forma dura os manifestantes em frente do edifício para entrar nas instalações após a decisão judicial.

O diário, hostil ao Presidente islamo-conservador, Recep Tayyip Erdogan, é propriedade do grupo Zaman considerado próximo do imã Fethullah Gulen, um antigo aliado e agora “inimigo número um” de Erdogan, depois de um escândalo de corrupção em 2013.

O Presidente da Turquia acusa Gulen, de 74 anos, de ser a fonte das acusações de corrupção feitas contra si há dois anos com o objetivo de o derrubar.

O jornal publicou, este sábado, uma edição a denunciar um “dia de vergonha” para a liberdade de imprensa na Turquia. “A Constituição está suspensa” indica a manchete.

Há vários meses que a oposição turca, organizações de defesa dos media e numerosos países revelam preocupação em relação às pressões crescentes de Erdogan e do seu governo sobre a imprensa, denunciando uma deriva autoritária.

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