A polícia norte-irlandesa anunciou este domingo a descoberta de um importante esconderijo de armas a norte de Belfast, fazendo aumentar os receios de uma eventual campanha de violência para marcar o centenário da revolta de 1916 contra o Reino Unido.

Explosivos e outro material que serve para fabricar bombas foram encontrados enterrados num parque florestal perto de Larne, a 50 quilómetros a norte de Belfast.

“É demasiado cedo para ligar esta descoberta a um grupo preciso, mas seguimos diversas pistas”, declarou o inspetor-chefe da polícia norte-irlandesa Gillian Kearney, sublinhando que o parque está fechado até nova ordem.

A descoberta deste esconderijo acontece 24 horas depois de dois engenhos explosivos terem sido encontrados e desativados a oeste de Belfast.

Além disso, na sexta-feira, um guarda prisional ficou ferido na explosão de um engenho artesanal colocado sob a sua carrinha, num ataque atribuído a grupos dissidentes republicanos.

Depois da explosão, a polícia deu conta da sua preocupação, declarando que “algumas pessoas entre os grupos dissidentes republicanos” queriam marcar de modo “sinistro” o centésimo aniversário da revolta irlandesa de 1916, esmagada pelas tropas britânicas.

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Entre 24 de abril e 01 de maio de 1916, 500 revoltosos morreram, 2.500 ficaram feridos e mais de 2.000 foram detidos no que ficou conhecido como a “Insurreição da Páscoa”.

A coroa britânica condenou à morte os sete signatários da declaração dos direitos soberanos do povo irlandês redigida pelos insurgentes.

Aquela revolta contra o poder britânico falhou, mas constitui um fator chave na luta dos irlandeses que conduziu à independência da República da Irlanda em 1922. A Irlanda do Norte permaneceu ligada ao Reino Unido.