Os preços do petróleo atingiram nesta segunda-feira o valor mais elevado em quase quatro meses, com o barril de crude Brent a ultrapassar os 40 dólares por barril. Desde os mínimos anuais, os 27,88 dólares tocados em janeiro, a cotação já recupera mais de 40%. Um analista diz ao Observador que, nos mercados, a sensação é que dificilmente o petróleo voltará a esses mínimos abaixo dos 30 dólares. Mas também não se preveem preços muito mais altos.

“Há uma opinião cada vez mais prevalecente nos mercados de que o fundo do preço já está para trás das nossas costas”, diz ao Observador Ole Hansen, responsável pela estratégia em matérias-primas do dinamarquês Saxo Bank. As declarações do especialista foram prestadas minutos antes de o barril de crude do Mar do Norte, o chamado Brent, que serve de referência às importações portuguesas, ter superado os 40 dólares. A valorização acima deste patamar psicológico já era esperada nos últimos dias, já que o preço tem subido de forma rápida nas últimas semanas.

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Há momentos, o preço do petróleo subia 3,59% para 40,11 dólares. É um máximo desde dezembro de 2015, altura em que os preços do petróleo estavam em queda livre depois de a Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP) ter voltado a resistir a um corte da produção – como eventual resposta à desaceleração da procura global pela matéria-prima. Ao não mexer nas quotas de produção, o petróleo acentuou as quedas e chegou aos 27,88 dólares em janeiro.

Desde então, recupera 43%, porque há sinais de que a produção nos EUA está a descer um pouco e com notícias de perturbações na produção no Iraque e na Nigéria. Esta é a explicação de Ole Hansen, que acredita que os preços do petróleo podem subir até perto de 43 dólares no curto prazo. Para que as subidas continuem após essa fasquia técnica, diz o dinamarquês, será necessário um sinal mais claro por parte da OPEP de que poderá haver um corte da produção nos próximos tempos. E Ole Hansen não acredita que isso acontecerá, na reunião que está agendada para este mês de março.

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