O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, considerou esta terça-feira que o Presidente eleito, Marcelo Rebelo de Sousa, terá muitos desafios pela frente, mas antecipou que Portugal tem agora “o homem certo no local certo”.

“O Presidente tem sempre de enfrentar desafios, mas agora temos o homem certo no local certo”, afirmou Juncker, no final de um encontro com Marcelo Rebelo de Sousa, em Lisboa.

O presidente da Comissão Europeia está em Portugal por ocasião da tomada de posse de Marcelo Rebelo de Sousa, na quarta-feira, na Assembleia da República.

No final do encontro, Juncker foi questionado pelos jornalistas sobre se o Orçamento do Estado para 2016 (OE2016) foi abordado neste encontro, o que o responsável rejeitou.

“Eu não estou aqui para acabar com as difíceis negociações, porque elas vão ser difíceis. Eu estou aqui por outra razão”, disse o responsável europeu, remetendo as discussões sobre o OE2016 para o encontro que irá decorrer na quinta-feira, em Lisboa, entre o primeiro-ministro, António Costa, o ministro das Finanças, Mário Centeno, e o comissário europeu dos Assuntos Económicos, Pierre Moscovici.

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E sublinhou: “O novo Presidente é um grande e velho amigo e quis estar aqui para mostrar a minha solidariedade com o novo Presidente e com o povo português”.

Igualmente questionado s obre as declarações de Moscovici proferidas esta manhã em Bruxelas, que “clarificou” hoje as suas declarações da véspera relativamente a Portugal, Juncker manifestou-se “surpreso com o debate que se criou à volta das palavras “if and when” (se e quando).

Esta manhã, Moscivici esclareceu que que nada mudou e há confiança na capacidade do Governo português em executar o orçamento de 2016 com respeito pelas metas.

“Acho sinceramente que não se deve criar um incidente em torno desta matéria. Se as minhas palavras foram interpretadas de forma ambígua, queria clarificar esta manhã: não, não há nenhuma mudança na nossa posição, (há) confiança na capacidade do Governo em integrar as opiniões da Comissão e as recomendações do Eurogrupo”, declarou Pierre Moscovici, na conferência de imprensa no final de uma reunião dos ministros das Finanças da União Europeia (Ecofin).

Apontando que leu “na imprensa portuguesa uma enorme discussão sobre duas palavras, duas pequenas palavras”, que estiveram na origem da polémica – o facto de a declaração do Eurogrupo referir que o Governo português está a preparar medidas orçamentais adicionais para “quando” (“when”, no original em inglês) forem necessárias, e não “se” necessário (“if” em inglês) -, o comissário sublinhou que já a declaração de 11 de fevereiro do Eurogrupo, que deu ‘luz verde’ ao plano orçamental português para 2016, utilizava o mesmo termo, “quando”.

Moscovici disse, assim, esperar que não se exagere “um debate sobre duas palavras, sobretudo quando na verdade só há uma”.